quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Bienal do Livro 2008

(as fotos insiro depois)

Agradecemos aos amigos poetas e escritores que estiveram conosco nestes 10 dias de evento no Anhembi em SP. Agradecimentos à Casa do Poeta Lampião de gás, ao Movimento poético Nacional, e ao Centro cultural do Tremembé.

Abaixo algumas fotos do evento:

Exercício proposto para o blog: tema PRIMAVERA




1. Tente não inserir no texto a palavra "primavera".
2. Dê ao seu texto um título que não tenha a palavra "primavera".
3. Ouse com palavras novas, busque-as no dicionário.
4. Dê ao texto uma forma que o identifique.
5. Ensaie diante do espelho sua leitura e depois interprete em sala.
6. Dê ênfase aos versos ou frases que necessitam de ênfase.
7. Dê vida à sua leitura.

8. Verifique se não há palavras que podem ser eliminadas ou substituídas por outras de maior força.

9. Não esqueça que alguns textos serão escolhidos para serem publicados no jornal Literata de setembro. Então capriche!

10. Ah, quando você estiver digitando seu texto, aproveite para enviá-lo para o e-mail do Blog: oficinaideiaseideais@gmail.com. Essa atitude vai agilizar muito nosso trabalho. Obrigada.


Boa sorte!

Sugestão para tornar a escrita mais limpa - Ana Maria

Depois de escrever, releia tantas vêz quantas forem necessárias. Remova do texto todas as palavras que servem apenas de acessórios, e que sem elas o texto não perde o sentido. Por exemplo no texto de minha autoria A DOR QUE UNE poderemos fazer uma limpeza para torná-lo mais gracioso na leitura:

Originalmente ele está assim: O terror repentino de uma tragédia estanca o mundo e amolece corações amigos e inimigos.

Assim foi com o ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos, o tsunami na Ásia, as enchentes na China, os furacões na Índia, queda de avião em São Paulo e tantas outras catástrofes que assustaram o mundo e uniram povos em ações de solidariedade num completo e pleno amor universal.


Porém vou excluir deste texto as palavras que acho desnecessárias além de modificar outras para dar mais força ao texto:

O inesperado terror da tragédia paralisa o mundo amolecendo corações amigos e inimigos: o ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos, enchentes na China, furações na Índia, acidente aéreo em São Paulo e tantas catástrofes assustaram o mundo unindo povos em ações solidárias num completo e pleno amor universal.

Como podem ver uma rápida análise me fez modificar um número razoável de palavras. Tente fazer isso para que seu texto não tenha palavras repetidas, excessivas e desnecessárias.

Texto criado à partir das Salas de Esperas - Ana Maria




Na sala de espera a espera da vida
enquanto pinto o retrato severo
enquanto o povo gargalha
enquanto cabulo a aula que nem havia
enquanto na revista o tempo não passa
enquanto o exame não é lido
enquanto o grito se escassa

A sala de espera que nos testa
Enquanto travamos amizade
onde o tempo nos contesta
onde esperando a bondade
Espera, sala é sala somente
Mas Cassiano fez o mundo na sala
fez o amor e a saudade
Enquanto na sala dos outros
se espera o medicamento

Desesperada na sala de espera
na sala de sarau que canta
enquanto a sala vira um'esfera
Onde a esperança m'encanta
Enquanto as horas passam em descompasso
Na sala de concreto a hora não acaba
As cadeiras mudas
As paredes conhecemos de cor
A espera da vida, o desafio do olhar
Sala de retratos calados
Espera de café
Enquanto o som ambiente se cala
Para dormirem os olhos amendoados...

O momento mais feliz - Dinah Choichit




Quando vejo uma pessoa altiva, alegre, sorridente pela rua, fico imaginando o que estaria pensando para ter esse ar tão solene?

Acho que ela teve uns dos momnetos felizes de sua vida. O sorriso era imenso e parecia flutuar na calçada. Pode ter cruzado com um de seus flertes do dia-a-dia, pode ter tido a notícia de emprego que aguardava ou ainda ter sabido que passou no vestibular.

Os momentos mais felizes somos nós mesmos que criamos, não nos deixando impressionar pelas notícias que acontecem no mundo. Tudo está cert. Temos que viver nosso dia sempre feliz, não nos abatermos com as dificuldades. Precisamos ser felizes em todos os momentos.

Primeiro amor - Dinah Choichit




Foi no dia do meu aniversário de quinze anos que descobri o meu primeiro amor.
Quando fui chamada para receber os convidados já estava me preparando para ter ess emoção. Sabia que iria sentir um impacto quando visse essa cena. Já há mêses vinha sonhando e idealizando esse nosso encontro. Em que sala eu gostaria de estar... Com quais amigos ao meu redor...De que maneira eu me aproximaria. Tudo estava estudado nos mínimos detalhes. Finalmente tinha chegado o dia e a hora que eu irira realizar esse encontro.
Quando a campainha soou eu ari a porta e recebi o maior sorriso deste mundo. Tive a certeza de que serio o meu primeiro amor.

Amor universal - Maria Salete Santos Lima




Ave branda
Na luz brilhante
Com o coração flamejante por nós

Mestre bebestes o fel na taça
Dos sofrimentos
Rumores que terias tormentos

Pela humanidade ausente de amor
Imagens suas gravadas na memória
Numa história de desolação e dor.

Corpo sangrando aos olhos do mundo
Numa vida sacrificada por nós

Energias celestiais ignoramos
Não tiramos dos mandamentos as pedras
Sagradas nenhum proveito

Como exemplos estamos numa encruzilhada
Na romaria de lamentos de feridas
No pânico de vidas ceifadas nesse mundo

Arrependidos pedimos perdão
Na grandeza do seu espírito o mundo
Reverenciam-se na divina Glória Jesus.

Amor universal - Maria José P. Souza




Cada momento com Roberto o deixa mais entranhado no meu coração. Ele teme que eu o deixe. Como poderia saber que não suporto a idéia de estar sem ele? O amor despertado entre nós tem um sentido amplo. Não se trata somente de amor físico mas de amor nascido de um sentimento profundo de querer mais, conhecer mais o mundo. De que modo coisas assim poderiam ser perpetuadas sem que ninguém delas soubesse num país como este, em que relações sociais e literárias, são como são, em que cada homem está cercado por toda uma vizinhança heterôgenica, composta de partes de diferentes naturezas. A poesia, ao contrário dos amores apressados, tem a virtude da espera. Mais do que essa virtude, a poesia sabe recolher-se ao silêncio astuto de sua grandeza clandestina. E quando a clandestinidade do verbo poético se rompe, faz-se a luz. É esta luz que envolve o ser, transmitindo o amor universal entre todos os seres. Sem esta conscientização nossa vida se torna inútil.

Roberto me inspira este amor grandioso, sinto que ele sabe transmitir tudo aquilo que buscamos para nossas vidas. Esta ausência está para o amor como o vento está para o fogo, apagando o pequeno e inflamando o grando.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sala de espera - Carmen Apóstolo




Estou descrevendo a rua,
A grande sala de espera
Agora não, volte depois
Foi adiada a mensagem
Não é hora de esperar
Nem é hora de partir,
É hora de aqui ficar,
Mas, só depois...
Amigos, tudo adiado
De julho para outubro
De outubro para dezembro,
Mas, amanhã vou voltar
Para aqui ficar sentada
E aprender a esperar
E até o quadro da parede
Eu vou poder desenhar
Na parede a barba branca,
O bigode e a carranca,
A foto familiar
Sem sorrisos e severo...
Aprendi a me expressar,
Mas, eu prefiro é a rua
Toda cheia de esperança
Como o homem deve ser,
Bem livre e esperançado,
De todo reivindicado
Social e acontecido
Procissão, comício
Sem desastre, sem espera
É a minha rua perfeita
Em que sempre brinquei nela
É a rua da passarela,
Da sala de espera
Com todos a desfilar.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Amor universal - Noemi Carvalho




É o sonho amplo dos desígnios do Criador do Universo, para com toda a humanidade.

O homem, fazedor do seu destino é quem delimita o Amor Universal. Apesar de os sentimentos do homem,os mais baixos, desgastados,deteriorados estarem imperando e fazendo reinado, grandes exemplos de amor universal se manifestam.

O amor universal manifesta-se na paz e na guerra. Pensamos que só podemos aplicá-lo no momento em que choramos por algum motivo. ENGANO! Podemos demonstrá-lo em situações familiares, de amizade. Também podemos enviá-lo sem resistência, em pensamento para pessoas que nem conhecemos, para lugares que não imaginamos onde sejam. Esse amor tem origem dentro de nós. Quando ele deixa de ser individualista e se estende sem encontrar fronteiras, torna-se universal. Amor Universal, por exemplo, é o resultado de um mantra quando todos tivermos consciência e comungarmos os mesmos sentimentos e pensamentos de salvarmos este PLANETA.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A dor que une - Ana Maria




O terror repentino de uma tragédia estanca o mundo e amolece corações amigos e inimigos.

Assim foi com o ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos, o tsunami na Ásia, as enchentes na China, os furacões na Índia, queda de avião em São Paulo e tantas outras catástrofes que espantaram o mundo e uniram povos em ações de solidariedade num completo e pleno amor universal.

domingo, 24 de agosto de 2008

Primeiro amor - Noemi Carvalho




Quando nasci e vi aqueles olhos castanho-esverdeados me olhando, apaixonei-me!
Uma paixão que nunca se findará. Meu pai, uma figura mansa, suave, de linguajar
tranqüilo, que embalou-me no chorar de recém-nascida,nas mudanças do meu crescer.

Foi com ele que aprendi a refletir, a respeitar, a amar a tudo que recebi. Este é o primeiro amor, eterno que me deixou saudades de sua presença, mas que sinto afagar meus cabelos que já não têm mais tranças enfeitadas com fitas, mas que são coloridos para se fazer um diagnóstico da alma que abrigo,filha da alma de um corpo e espírito que chamarei sempre de pai.

Amor universal - Isabel C.S. Souza



Amor universal?
É um mito.
Imaginar um amor universal será como uma viagem fabulosa que nos levará a um mundo que jamais existiu.
A própria Natureza nos confunde!
A luta pela sobrevivência é dura demais em todos os aspetos. Olhando os seres irracionais somos obrigados a entendê-los, por que eles agem por instinto, porém, os chamados racionais, a humanidade, na sua desmedida ambição, no seu egoísmo, e nos tempos de hoje acentuado o individualismo patente no subconsciente de todo o ser humano, torna impossível o amor universal.
Sonhei um dia com esse amor e o transportei ao ano 3000.
E como ser pensante, acredito que ele seria possível.



ANO TRÊS MIL




Violência, opressão,
Intolerância. Injustiça,
Palavras há muito banidas
Deste planeta Terra
Ninguém sabe o que foi guerra,
Algo perverso, sem razão,
Quem nela lutou sequer a entendeu...
Alucinação!

Armas? O que é isso?
Objetos de museu,
Impossível imaginar
Que algum dia
Alguém as empunhou
Contra o seu semelhante

Deve ser lenda
Produto da imaginação
De mentes doentias
De um passado distante

Houve gente sem teto,
Crianças abandonadas
Mendigando afeto
Sociedade injusta
Um dia se perdeu
Em um mundo sem nexo!

Ano três mil
Só há amor, paz...
Fraternidade, dignidade,
Em cada rosto um sorriso
Um amigo em cada canto

Há música...
Chilrear dos passarinhos
A graça do beija-flor,
A imponência do condor
Pelos céus a navegar

Inúmeras espécies
Dos mais belos animais
Verde, flores e mais flores
As rosas não têm espinhos
Exalam doce perfume

Cristalinas águas,
Suavidade dos rios
Imensidão dos mares
Harmonia... Gente feliz!
Num mundo global
Força, união, respeito...
É a voz, do Amor Universal!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O amor universal - Carmen Apóstolo




O Amor Universal
(Carmen Apóstolo)

O amor desperta o poema,
A vida é uma comédia ,
Uma comédia real
De se rir e de chorar,
Que nos coloca frente a frente
Com o amor universal!
De que vale ao poeta
Essa procura incessante
Se ele está alí bem diante
De tudo que procurou :
O mato verde cheiroso,
Os lírios brancos do campo,
O sol brilhando, brilhando...
O horizonte faiscando
Trazendo um dia perfeito !
As águas passam correndo
brincando à luz do sol astro
No seu trajeto deixando
A beleza do seu rastro !...
Os peixes passam dançando
E o sol vai se escondendo
no horizonte, que beleza
Ao sentir a natureza ,
Inspirar o ar da vida
Porque nos sonhos verdade ,
Há cores pra realidade:
Amarelo , verde ,azul ,todo matiz
Colorindo este Universo
Distante de todo mal
E que não cabe num só poema,
Mas cabe no amor do verso
No sentido Universal !...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Meu primeiro amor - Isabel C. S. Sousa




A Isabel chegou agora à nossa oficina e já está à mil por hora!!
Seja bem vinda!




Meu primeiro amor

Meu primeiro amor passa em minha mente um tanto ofuscada por lembranças distantes.

Direi que ele aconteceu assim que aprendi a ler, ensinada pela minha irmã mais velha, bem antes dos sete anos, que era a idade de se entrar na escola.

Logo comecei a encantar-me por poesia, e a interessar-me pelos poetas. Aí, me apaixonei por Camões e ouvia a sua história com o mesmo encanto com que escutava a Branca de Neve, Cinderela... E outras fábulas.

Eu via tudo na minha imaginação...

Camões erguendo a bandeira portuguesa no final duma batalha em Fez, um mouro moribundo criou forças inexplicáveis empunhando a arma, e um tiro certeiro vazou o olho direito de Luís de Camões.

Tantos feitos!

Outro que muito me impressionou foi quando ele salvou os Lusíadas se atirando ao mar revolto numa tempestade temerosa com a mesma ânsia com que se tenta salvar um filho. Na mesma embarcação estava Dinamene, uma escrava que ele amava com paixão. Não deu para salvá-la. Ele tentou, mas não conseguiu, Dinamente foi tragada pelas águas, porém, os Lusíadas “A história de Portugal epicamente narrada” foram salvos, e o tornou imortal.

Talvez tenham sido criados mitos sobre suas paixões, não posso prolongar esta narrativa, poderia tornar-se enfadonha. Uma verdade é que ele morreu na miséria depois de ter vivido no auge e seu antigo escudeiro angariava esmolas para sobreviverem.

Acrescentarei o seguinte para justificar minha paixão por Camões:

Tive uma amiga que gostava de falar do tempo da escravidão, e me dizia:

Ah! Deveria ser bom ter escravos!

Perguntei-lhe:

Acreditas na reencarnação?

Deu uma gargalhada, e, eu também ri por que também não acredito.

Mas lhe disse:

É que fiquei pensando, que tu no passado deves ter sido uma sinhá, e, eu acho que fui a Dinamene.

Aos sete anos de idade eu escrevi o seguinte:

Luís Vaz de Camões
Símbolo da nossa história
Merecia ovações
Que o enchessem de glória

Por esmolas angariadas
Pelo Jau criado seu
Ele viveu horas amargas
Em Lisboa onde morreu.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Lição de casa

Mandem suas lições de casa para serem postadas no blog antes do próximo encontro.
Tema do texto: Amor universal

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O melhor momento vivido - Noemi Carvalho




O melhor momento vivido


È meu encontro comigo mesma.
Quando acordo de madrugada e o silêncio da noite penetra em mim.É quando posso delinear meu dia em constantes desafios de solidão.O melhor momento é vivido a todo instante,quando me lanço à vida para viver e sentir a brisa do amanhecer a tocar meu rosto preparando todas as ações do meu tempo no universo que Deus criou e me fez um dos seus personagens,responsável por mim,pelo meu aprimoramento como um todo.O melhor momento vivido está presente nos segundos deste minuto,quando não o deixo escapar e alimento –me de seus fluidos perfilando à minha frente...a sabedoria de um momento que jamais voltará.

Amor universal - Renata Paccola




Amor Universal - Renata Paccola


São tantos
os cantos
que falam do amor!

São tantos
os cantos
que falam da dor!

Portanto,
não cantarei o amor
que na dor culmina.

Cantarei a vida
que nasce
do amor que não termina.




CONVITE PARA SARAU BENEFICIENTE

A Renata Paccola convida você para sarau beneficiente, do qual ela é coordenadora, que acontecerá dia 30/08/2008 das 16hs às 18hs, à Avenida Bernadino de Campos, 331 - Metro Paraíso.
Esse sarau acontece sempre no último sábado de cada mês, nesse mesmo local.
Ingresso: 1kg de alimento não perecível.
Renata Paccola : fone (11) 3862 8747

Como aplicar verbos impessoais ?




Aprendendo a concordar verbos impessoais.

Como surgiu uma dúvida sobre aplicação dos verbos impessoais, eis aqui uma explicação do Prof. Dilson Catarino que foi publicada no site da UOL:

a) Verbos que denotam fenômenos da natureza Ex. Choveu ontem à tarde.

Geia sempre no Paraná.

Esses verbos, quanto à predicação verbal, são intransitivos, pois não possuem complemento.

Caso haja na frase um sujeito claro, mesmo sendo fenômeno da natureza, obviamente o verbo não mais será impessoal. O mesmo acontece se o verbo for usado em sentido figurado. Em ambos os casos, o verbo concordará com o sujeito.

Ex. Choveram pedras enormes durante a tempestade. (sujeito simples = pedras enormes)

"Chovia uma chuvinha fina de resignação" (sujeito simples = uma chuvinha fina de resignação)

Choveram papeizinhos sobre os soldados que desfilavam. (sujeito simples = papeizinhos)


b) Verbo fazer, indicando tempo decorrido ou fenômeno da natureza

Ex.: O Colégio Maxi existe faz quatorze anos.

Ontem fez dez anos que ele morreu.

Faz noites friíssimas nas serras gaúchas.

O verbo fazer, quanto à predicação, é transitivo direto. O elemento que parece ser sujeito, na verdade é objeto direto.

Ex.: Faz noites friíssimas. (noites friíssimas = objeto direto)

Em locução verbal, cujo verbo principal seja fazer, indicando tempo decorrido ou fenômento da natureza, o verbo auxiliar também ficará na terceira pessoa do singular.

Ex.: Deve fazer dez anos que ele morreu.


c) Verbo haver, significando existir ou acontecer ou indicando tempo decorrido.

Ex.: O Colégio Maxi existe há quatorze anos.

Há problemas gravíssimos que não conseguimos resolver.

O verbo haver, quanto à predicação, é transitivo direto. O elemento que parece ser sujeito, na verdade é objeto direto.

Ex.: Há problemas gravíssimos. (problemas gravíssimos = objeto direto)

Em locução verbal, cujo verbo principal seja haver, significando existir ou acontecer ou indicando tempo decorrido, o verbo auxiliar também ficará na terceira pessoa do singular.

Ex.: Poderá haver soluções para esses problemas?

Não se deve usar o verbo haver na indicação de tempo decorrido junto com o advérbio atrás. Ou se usa um ou outro.

Ex.: Há quinze dias eu estive em São Paulo.

Quinze dias atrás eu estive em São Paulo.

É errado dizer:

Há quinze dias atrás eu estive em São Paulo.

Com outros significados, o verbo haver deverá concordar com o sujeito.

Ex.: Eles hão de entender o caso.


d) com a expressão passar de, indicando horas
Ex.: Já passa das 10h.


e) com as expressões chegar de e bastar de no imperativo

Ex.: Basta de baderna, garotos.

Esse é o único caso de verbo no imperativo com oração sem sujeito; todos os outros têm sujeito oculto.


f) com o verbo ser, indicando horas, datas e distâncias
Esse verbo, apesar de ser impessoal, não ficará obrigatoriamente na terceira pessoa do singular.

Quando indicar horas, o verbo concordará com o numeral a que se refere:

Ex.: São duas horas da tarde.

É uma e cinqüenta e dois.

Era meio-dia quando ela chegou.

Quando indicar distância, também concordará com o numeral a que se refere:

Ex.: São mais de quinhentos quilômetros de Londrina a São Paulo.

Quando indicar datas, tanto poderá ficar no singular quanto no plural, com exceção do primeiro dia do mês; nesse caso, o verbo ficará apenas no singular:

É primeiro de novembro.

É dez de novembro. (= É dia dez de novembro)

São dez de novembro. (= São dez dias de novembro)

O melhor momento vivido - Carmem Apóstolo




O Melhor Momento Vivido (Carmen Apóstolo)

Que momento seria esse
Que não fora o da saudade ?
O ar puro entre o arvoredo ,
Eu caminhando sem medo
Entre o verde dos cafezais
Com as frutas vermelhinhas...
Eu correndo ,ainda criança,
Já sentindo a esperança
Na imagem retida , gravada,
Das cenas observadas:
O café lá no terreiro,
os homens o rastejavam ,
E o sol contribuía
Enquanto eu , a pensar...
O trabalho já mostrava
Que o progresso tem caminho
Antes de se transformar,
Como o puro cafezinho ...
É assim a vida , senhores ,
Momentos , sonhos , vivências
E saudade que é bom demais
Lembrando um momento lindo
Vivido a tempos atrás !
Saudade , terna saudade ,
Que bem que você me faz !...

sábado, 16 de agosto de 2008

Eu a Avenida Paulista – Maria de Lourdes Wolff




Eu a Avenida Paulista – Maria de Lourdes Wolff

Eu, esplendorosa!
Já fui aterro, comecei de baixo, mas prepotente e orgulhosa. Levantei minhas estacas bem altas; adubei, reguei de amor e carinho.
Superior a tudo e todos, visando um mega jardim em meu derredor ofereci meus préstimos; e os que eu me confiara formaram um gigantesco e maravilhoso buquê nessa megalópole. Protegendo-me então, desabrochei linda, iluminada, perfumada de coloridas pétalas de flor que hoje sou.

Como vai você? - Dulce Santana Elias Gonçalves




Como vai você? - Dulce Santana Elias Gonçalves

Hoje é um dia especial, estou aqui com muita alegria de estar no meio de pessoas lindas que tem bastante conhecimento, mostrando que ao escrever o que vimos no dia a dia, estã me dando oportunidade de olhar a minha volta e com alegria observar. Como vai você?

Eu Avenida Paulista - (autor?)



Transpiro movimento, pulso aceleração
Corro lenta, transbordo pesada
Calada atravesso séculos imortal
Tenho a única cara dos milhões e do plural
Reflito a luz da ganância e o protesto do erro
Sim, sou o reflexo do desigual e a potência do desenvolvimento
Sou o diferente
O instante, o momento, o passado, o tempo,
Sinto o vento da mudança suplicando pelo ar
Sinto a vida clareando o escuro, o cheiro que emana do novo
Falo o dialeto da gente que não morre de esperar
Gesticulo estética do espaço que se traduz geométrica
Canto o coro da urbanização frenética
Danço o caminho do cotidiano linear
Choro o ócio que arde
Vago exausta o dia com traje de arte

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Como vai você? - Maria de Lourdes Wolff

Preocupar-se com o seu semelhante é antes de qualquer coisa preocupar-se comigo mesmo
Socializando-me chega-se a perfeição, por tanto será necessário trabalhar seu interior.
Educação não é simplesmente o cumprimentar e agradecer. Radicalizar-se é também generalizar um vício, uma guerra.
Aliás, como vai você? Vou bem obrigada e não responder contando todo o histórico de sua saúde.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Avenida Paulista - Ivonéte Miranda



Eu sou a Avenida Paulista.
Lembro quando era mata cerrada e o quanto era lindo ouvir os pássaros cantando e a natureza imperando. Depois que virei trilha, as boiadas passando.
Recordo aquele belo dia em que apareceu um engenheiro uruguaio, Joaquim Eugênio de Lima. Ele conhecia grande parte do mundo, formara-se na Alemanha e pela minha cidade se apaixonou, vindo aqui morar definitivamente.
À época eu era Trilha Real Grandeza, quando o engenheiro teve a brilhante idéia, a de transformar-me em uma linda avenida, semelhante às européias.
Idealizou e realizou.
Comecei a ficar poderosa quando os barões do café me elegeram para construírem suas mansões.
Hoje sou um portento, um dos maiores centros financeiros do país.
Rendo homenagem ao engenheiro que no meio da trilha viu meu real valor.

Hoje eu sou a Avenida Paulista! - Carmem Apóstolo



Hoje eu sou a Avenida do Dr. Eugênio,
a Avenida larga como largos sonhos,
extensa como os passos longos
de alguém que sabe onde vai,
pertinaz e sem temor
o grande batalhador!

Hoje eu sou a Avenida Paulista:
Meus cabelos são as cordas
do sino que badala ao longe,
meus braços são os abraços
que distribuirei à granel,
minhas mãos, eu as estendo
para saudar os amigos,
meus dedos são as canções
que tocam os meus ouvidos!...

Meu olhar é a saudade
de um arco-íris atravessando o céu,
minhas faces a ternura
deslizando sob o véu.

O perfume e os bons ares
fazem-me sentir as flores,
meus lábios detectam o gosto
do puro mel destes sonhos!

Meus joelhos hoje dobram
aos sinos tão ressoantes
meus pés conduzem-me ao longe,
bem de longe nas esferas!...

Sou a Avenida Paulista
com muita honra, senhores,
cesde aquele aterro ousado
cté os canteiros de flores!...

Como vai você? - Carmem Apóstolo




Você perguntou como eu vou,
Eu vou bem, muito obrigada,
A minha veia poética,
Está toda preparada!

Eu vou lhe dizer que o céu
É às vêzes cor de rosa
Hoje ele está perfeito
Sobre a Casa das Rosas!

Segundo Wilham Shakspeare
Não tenha medo de tentar!
Persistir, acreditar,
Perseverar, compartilhar!

Líderes vencem, transcendem
E acreditam no poder da criação
Encorajam, elogiam
Vencendo na evolução!

Praticar a empatia
É uma grande simpatia
Só faça a seu irmão
O quer que ele lhe faça!
Coloque-se no lugar
E procure perdoar.

Assim eu vou
bem obrigada. Em todos os momentos
Na passagem detsa estrada.

Como vai você? - Ivone Arashiro



Como vai você?

Somos todos um...há tempos essa frase me persegue.
Somos todos um...
Somos todos irmãos...
Somos todos filhos de Deus...
Somos todos parte de Deus...
Deus é um só e é o todo...
Somos todos um...

Agrada-me a idéia de que faço parte desse enorme ser que não conseguimos vislumbrar toda a forma.
Agrada-me a idéia de que ao cuidar de mim estou cuidando do todo.
Agrada-me a idéia de que quanto melhor eu conseguir ser melhor será o todo.

Assusta-me a responsabilidade!

Como vai ocê? - Ana Maria Maruggi



Nho Lau: - Como vai cumpadi Cido?

Cido: - Vô bem Nho Lau. E ocê como vai?

Nho Lau: - Tamo indo Cumpadi, mas ando mal do ouvido. E a cumadi vingô daquele mal disconhecido?

Cido: - Ah vingô, ficô boa, mas agora pegô catapora.

Nho Lau: - Cruiz credo ómi de Deus o que é isso agora?

Cido: - Pois é meu querido amigo nunca pergunte como eu vou, pois cum essa muié escangaiada a resposta vai sê sempre de piora.

Como vai você? - Ana Maria Maruggi



Na cama os dias já se confundem com as noites. Os lençóis quentes e amarrotados se amontoam sob o corpo doente e frágil da mulher.

Pouca luz. Pouco ar. Pouca visita, mas ainda assim muita esperança de continuar vivendo.

Há dias ninguém a ajuda com o banho e nem com a alimentação. Há dias não há mais ninguém.

Mas quando num repente a porta se abre e adentra o filho saudável, ela sorri ternamente e avança:

- Como vai você, meu filho?

Hernandes, o baú e o livro

Texto de Gabriela Araujo


O velho livro de história não conseguia mais entender o mundo. Foi no ano de muitos anos atrás que o culto e sábio contador das mais fantásticas histórias, desbravador dos sete mares e único dono da verdade fora deixado servindo de apoio para sanar o rebolado instável do baú responsável pelas freqüentes brigas matrimoniais e por ocultar irrelevantes objetos dos Lima .

Aquele móvel era misteriosamente secular, única herança, cuja dona Carmela fazia questão de exaustivamente insultar, recebida por parte da família de Hernandes. De fato, o baú não era funcional e quando posto como peça decorativa capaz de estabelecer desarmonia entre cores e desordem no minucioso espaço organizado por Dona Carmela.


Como era pesado o coitado! Seu destino não poderia ser diferente. Encontrou repouso junto a estante de livros no escritório de Hernandes, único cômodo protegido e intocado pelas garras da Dona.


Até a chegada do baú, o livro havia encantado noites, aquecido corações das donzelas, encantado crianças, ludibriado a vontade dos jovens para guerras e a ganância de Hernandes pela vida.

Quando colocado como apoio ao imprestável, torto de tantos insultos, remoeu seu trágico medíocre fim. E remoer era o única coisa que pode fazer nos muitos anos depois até ser resgatado pelo inventário.


Ocioso, o fantástico observou como tudo estava tão diferente, a começar pelo sopro do vento nas páginas amareladas. Soube, logo na releitura dos parágrafos iniciais, a estapafúrdia novidade, incabível para o detentor de páginas de celebrações e distintas crenças, o jovem milagre negava a noite de natal.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Aos domingos na Paulista _ Dinah Choichit




Este sonho continua até hoje. Todos os dias os paulistas querem passear na Avenida Paulista. Sempre ouvimos histórias fabulosas em todos os sentidos. Desde seu nascimento até hoje, passados mais de 100 anos meu bisavô contava que aos domingos havia famílias inteiras que vinham desfilar na Avenida para mostrar os carros, outros para mostrar as filhas para arrumarem pretendentes e outros, simplesmente, para passear e encontrar os amigos. Tudo girava em torno dela. Queriam morar perto da Paulista, passar o carnaval na Paulista, onde havia o coro e as brincadeiras mais singelas.

Hoje eu também sonho com a paulista, seu turbilhão de carros, bancos e todas as pessoas felizes a passear pela avenida.

Avenida Paulista, inauguração- Wania de Lourdes Wolff




Joaquim Eugênio de Lima construiu seu sonho de paulista no platô, ou melhor, no planalto, hoje chamado Avenida Paulista em homenagem aos paulistas.

Eugênio de Lima investiu parte de seus bens materiais para o bem de São Paulo. O que é hoje deveria ser reconhecido como patrimônio histórico. Sua alama deveria ser branca como seu sonho da Avenida, todos em pedras brancas ladeadas de magnólias.

A Avenida Paulista foi agraciada com os desfiles de carros alegóricos carnavalescos e bailes de gala da época.

Hoje a Avenida é o ponto mais significativo empresarial de São Paulo.

Avenida paulista – Gilda P. de Souza




Entre cochichos e risinho, as belas mocinhas de rostos corados, chapéus, sombrinhas e os leques que além de refrescá-las também as protegiam dos comentários que faziam ao ver o belo moço passar.

Avenida Paulista em 1981- Carmem Apóstolo




Passeavam pelas pedras brancas reluzentes da calçada.
As vestes eram longas....
Os guarda-sóis mais serviam para enfeitar!
Ah! Um cheiro de saudades que não conheço.
Lembranças do já visto, lembranças sutis e um tanto sombrecidas.
Os perfumes das flores, o céu azul, azul a garoa fininha...
Os lampiões eram acendidos enquanto a noite se anunciava.
Ah! Que doce melancolia...tão boa de sentir.
A janela entreaberta demonstrava as flores que bailavam ao som das serenatas.
Era o movimento que, desde então, inspirava trazendo as emoções que habitavam o coração daqueles que versejavam aquecidos do brilho das estrelas refletido em pedras brancas.
As jovens rodopiavam suas amplas saias ao som da música e ao perfume das magnólias que também rodopiavam suas flores perfumadas.
Assim devia ter sido esse paraíso que imagino e que mata-me a saudades que não tenho.

Bicho Gente Bicho Homem- Maria Salete Lima




Bicho-gente mata para comer
E sobreviver, defendendo sua espécie
Que está em extinção

Com a cara pintada, na cor
Que a natureza criou a sabedoria
Do espírito da floresta aprende a zelar

Pela natureza que esta morrendo
Por causa da ganância
Bicho Homem mata por prazer

Intolerância, ambição por drogas
Acabando com a fauna e flora
Fazendo os índios guerrear novamente

Voltando lá atrás na historia dos invasores
De outras terras, hoje pintam a cara
Na cor da bandeira brasileira;

Defendendo áreas demarcadas
Para que suas tribos sobrevivam em paz
Nem sabiam que tinham limites para viver

Encurralados em pequenos terrenos
Pelos homens brancos não respeitam
Virando inimigos de irmão de bandeira

Domingo na Paulista em 1981- (autor?)




A saia engomada da doce donzela tocava o sol que brilhava nas brancas pedras cedendo iluminação para seu rosto opaco pelo grande chapéu.

Caminhava ao lado da Dama de Companhia emprestando charme e requinte para a nova avenida.

Até as magnólias perderam o colorido quando ela passou com seu traje comprido.

Vou falar para o Seu Joaquim proibir moças assim tão donzelas que caminhem pela nova avenida , pois sou somente um paulista. Eu sei, eu sei! Hoje não é domingo, não tenho trabalho.

Mas, e amanhã? Como pisarei nas pedras brancas concentrado se meu chapéu outrora já foi tirado para a donzela do domingo passado?

Domingo na Paulista em 1981

A saia engomada da doce donzela tocava o sol que brilhava nas brancas pedras cedendo iluminação para seu rosto opaco pelo grande chapéu.

Caminhava ao lado da Dama de Companhia emprestando charme e requinte para a nova avenida.

Até as magnólias perderam o colorido quando ela passou com seu traje comprido.
Vou falar para o Seu Joaquim proibir moças assim tão donzelas que caminhem pela nova avenida , pois sou somente um paulista. Eu sei, eu sei! Hoje não é domingo, não tenho trabalho.

Mas, e amanhã? Como pisarei nas pedras brancas concentrado se meu chapéu outrora já foi tirado para a donzela do domingo passado?

Era domingo! Que manhã maravilhosa! (autor?)




O sol brilhante aquecia as árvores e as pessoas que passeavam na avenida....pessoas um tanto austeras, sim, pois estávamos em 1891.... A avenida recém formada dava guarida aquelas belas damas, com seus ricos vestidos que lembravam a dama antiga....

Risonhas, em, suas carruagens vagarosas, elas atraiam olhares cobiçosos dos cavalheiros nas calçadas!

1891! Época maravilhosa em que o romantismo predominava e os sonhos, povoando as cabecinhas galantes, com seus ricos chapéus de belas plumagens pareciam voar longe, muito longe, antevendo um futuro glorioso para essa avenida que ora os acolhia com ternura...e seria o orgulho da raça paulistana.....

Eu e a Paulista em 1981- Mel Neves




Olhando um chão de estrelas que se formam a minha frente, sinto vontade de atravessar essa grandeza criativa de um ser genial.

Gostaria de vê-lo e agradecer-lhe por essa maravilha com a qual meus olhos se deparam nesse momento.

É o progresso que está chegando, eu sinto.

Sinto que algo tão estupendo está vindo por aí e que fará com que esse lugar supere as expectativas dos mais otimistas e sonhadores.

E soube por amigos que o idealizador desse grande feito, o senhor Joaquim Eugênio de Lima, é um homem desprendido dos bens materiais e que sonha em dar o melhor para essa cidade que o acolheu e aos seus munícipes.

Ando pela Paulista, me envolvo com a Paulista, seu gracejo, sua beleza, as suas árvores maravilhosas, seu coração, sua alma tornaram-se uma só. Um só pulsar......Um só ser Duas Paulistas: uma só Paulista.

Falando sério- Gilda P. de Souza




Falando sério...só estando hipnotizada, em coma ou morta. Pra não protestar e lutar contra o mal que assola o planeta. É um absurdo o modo arbitrário que a maioria das pessoas tem em relação ao meio ambiente. Assistir de camarote, sem tomar nenhuma providencia seria o mesmo que assinar em baixo. E eu não sou capacho! Outro dia mesmo vi uma reportagem sobre a chance que a natureza tem ante a humanidade. Ficou comprovado que se não mudarmos nosso modo errôneo de agir, a única solução seria o fim de todo o ser humano, pois só assim os outros seres sobreviveriam. A par dessa verdade só nos resta reconhecer nosso erro e reparar o que fizemos de errado.
Antes de jogar
Qualquer papel no chão
Reflita sobre qual o seu papel
Como cidadão!

Galinha Esperta e Avestruz Mentiroso – Carmem Apóstolo




Mataram o Avestruz
Que embora mentiroso
Parente da galinhada,
Faladeiras, fofoqueiras
Contando e aumentando um ponto,
Não queria ser servido
Nem em grandes mesas fartas
Como aquelas..... como aquelas...
Para uma grande surpresa
Foi o avestruz escolhido
Para a ceia dos Tortinhos.
Mas, o povo da cidade
Na mais santa ignorância
Não sabia, não sabia
Sobre o tamanho do ovo....
E aquela galinha esperta
Que no galho se firmava
Enquanto cocoricavam as amigas fofoqueiras
E o avestruz mentiroso,
Assistiu bem lá do alto
Aquela última cena.
Da ave bem preparada e servida em grande estilo
Na granja desentortada!
Por isso, um grande conselho:
Não subestime ninguém,
Pense, pense, raciocine,
Fique na turma do bem!

Idealizações- Maria Salete Santos Lima



Estar contigo
Ai quem me dera
Ver a luz da aurora

As mãos carregadas
De flores brancas em doce encanto
Cultivadas no mel da minha estória.

De um amor que não floresceu
Que não tenho memória
Mapeando as estrelas.

Que em meus sonhos almejo
Numa vida de amores que não aconteceu
Nesse enlevo como consolo vem o choro.

Abrindo a janela da esperança
Tirando-me desse deserto de fantasias
Num amor de paz e vida serena.

Jeito de viver- Maria Salete Santos Lima



Na união vemos a vida
Em prisma de alegria
No azul do céu

Com a luz que brilha
Onde tudo se imagina
Nas idéias românticas

Nos enigmas dos sorrisos
Iluminando torres de ideais
Ascendendo chamas do amor

Na poesia, nos choros, nas emoções
Refletindo nos semblantes
Como espelho.

Arregalando olhos nos poemas
Com janelas da alma
Acalentando sonhos no coração

O poeta com mãos divinas
Segura a caneta saindo ramos de letras
Em suaves energias positivas

Fazendo a vida mais bonita
Saudando a todos
Bem vindos à oficina dos sonhos.

Mataram o Avestruz- Cida Aparecida Bianchini




Nasceu de um sonho, de longas noites a delinear sua face nova.

Miragem, ou seqüestro de idéias apenas para sustentar a fantasia resumida numa cerca de arame farpado, contornando uma grande área de terras privilegiadas de cascatas imponentes, de águas cristalinas, movendo o moinho gerando energia.

Verdes pastos gramados inabitados por qualquer espécie de animais.

E o sonho toma força noite adentro.

E tudo cresce, fica gigante!

Quem habitará tão rico cenário?

Carneiros, bois, coelhos ou aves?

Até que as aves possuem um vasto leque dentro de sua espécie.

Galinhas, cisnes, codornas, perus....

Mas para tão ambicioso sonho, e preciso igualmente gigantes aves.

Avestruz!

Ótimo!

Pesquisa pronta. Ave de porte grande que se iguala a um exercito no que tange ao
Policiamento, pois chegam a ser perigosos com estranhos.

Carne superior a qualquer outra convencional.

Pele, penas, enfim, tudo é comercializado.

Que bom! Deve ser bem rentável, porém, todo grande investimento necessita de pesquisa de mercado.

Primeira pergunta:
“ Em que país? Brasil ou Estados Unidos”?

“No Brasil é evidente”!
“Acorda mulher! Teu sonho se transformará em pesadelo”....

“Pode parar, o tiro foi certeiro, mataram o avestruz mesmo antes de nascer”.....

Mataram o Avestruz – Gilda P. Souza





Naquele povoado nada fazia sentido, pois todos viviam a mercê de um bandido.Avestruz era o nome do indivíduo. Não sei por quê! Também não tinha pena alguma!
Exalava a maldade e com raiva e ganância levava todos no bico.
Caso alguém o contrariava, logo desaparecia. Quando interrogado sobre o caso cinicamente respondia; “ Nada sei. Nada vi!”. E assim impune prosseguia.
Usurpando, roubando, impunha aos habitantes impostos com os mais altos juros.
O desemprego, a fome, a mortandade e o analfabetismo geravam ainda mais viol~encia.
Pra essa cidade, Sodoma e Gomorra perdia. Isso até aparecer no vilarejo um cabra arretado que chegava montado em um jegue.
Seu nome, Quizantão. Uma mistura de Quixote, Malazarte e Lampião. Ciente dos desarranjos do indigesto resolveu pregar-lhe uma peça. Fez um buraco bem fundo, no qual espalhou objetos brilhantes. Atraído pelos berros: - Estou rico! O larápio chegou num minuto. Traído pelo falso brilho, se atirou com tudo. Urros! Silencio profundo....
O povo de pá em punho, num só fôlego:
- Enterrem o avestruz!

Mataram o Avestruz – Dinah Choichit



Porque mataram o avestruz?
Porque não o ganso, o pato, o marreco?
Porque logo o avestruz?

No parque da minha cidade tinha de tudo
Macaco, girafa, elefante
Papagaio, jacaré e até bicho preguiça

Tinha o lago azul
O pôr do sol
Os gira sois,
As hortências.

E um só avestruz
Que passeava no gramado
Era dono do pedaço
Mas um dia apareceu morto
E o guarda florestal
Não soube o que aconteceu!

Mas que coisa interessante
Fiz pesquisa em vários livros, internet
Revistas especializadas
Só me esclareceram como são
Como vivem
Mas ninguém soube dizer
Porque mataram o avestruz.

Quem matou o Avestruz? - Geni Pires C. Prado




Chácara de meus avós, cidade de Porto feliz bem próxima da cidade de Itu. Casa grande sem senzala, salas enormes, mesa para 24 pessoas, sofás e cadeiras de palinha, fogão a lenha. Tudo muito simples, sóbrio e confortável.

Tomava conta desse casario leão o cachorro capa preta, amigo dos amigos e inimigo dos intrusos.

Depois de seu almoço, Leão costumava tirar uma soneca, no canto da varanda. Ouviu um barulho vindo do curral, levantou-se e foi verificar. Todos os animais estavam em polvorosa, discutiam para saber quem matou o avestruz Pimenta ou Pimentinha como costumavam chama-lo. Pimentinha vivia correndo atrás das crianças e de todos os animais. Coitada da galinha Carijó! Sempre levava suas bicadas. Pedia proteção ao galo Carnizé, sem sucesso.

O marreco Peteca dizia:

-Eu não sei de nada!

O pato Pitanga vendo a aproximação do Leão disse; “ Eu vi tudo”.

Leão todo orgulhoso de seu posto disse:

- Quero saber de toda a história direito.

Tomando a palavra esclarece Pitanga. Martelo o cavalo mais fogoso, entrou no pátio porque a porteira estava aberta, mais do que depressa Pimentinha lhe dá sua investida, Martelo revida com um coice fatal jogando o avetruz longe. Morreu na hora. Toda a bicharada fala:

-Coitado do Avestruz.

Leão todo imponente diz decidido:

-Esse crime não vai ficar impune!

O gato Mingau disse:

- É muito fácil, amigo Leão. É só você dar uma boa mordida na canela do Martelo!

-Mui Amigo Mingaou- Respondeu leão- Você quer que aconteça o mesmo comigo? Essa não!

A tartaruga Dedé pediu a palavra:

- Excelência, as formiguinhas poderiam fazer esse trabalho, elas são responsáveis e eficientes!

Leão aprovou a proposta de Dedé e tudo ficou combinado.

As formiguinhas sairiam de seu formigueiro Tição, subiriam em silencio pelas patas de Martelo e, quando todas dominassem o animal, Zaz! Começavam as picadas ao mesmo tempo.

A bicharada assistia atenta a todos os movimentos.

Martelo estremeceu, correu de um lado para outro, levantou as patas dianteiras, relinchou desesperado e caiu no chão.

A galinha Carijó pergunta ao galo:

- Ele morreu?

- Não, não, as picadas das formiguinhas não matam. Ele está sofrendo o que merece. Esse crime não ficou impune.

Em fila indiana, as formiguinhas desceram pelas patas de Martelo e dirigiram-se ao formigueiro Tição sob aplausos e alegria dos bichinhos que queriam justiça.

Minha Passárgada- Maria Salete Santos Lima



Vou me embora
Vou sem medo
Voar com alma livre

Ver a luz do horizonte plena
Do meu sonhar em mim
De um amor extraordinário

Ser um vidente do futuro
Numa paz interior de amor seguro
Amando todos os irmãos

Na emoção do desejo darei muitos beijos
Alçando vôos para felicidade que sempre quis
Numa praia ensolarada sentindo-a em mim

Um paraíso de sonhos acordados com a brisa
Fresca de lugares de videntes futuros
E nessa loucura almejo outros tantos.

Eu e você sempre juntos numa vida feliz
Amor é conquista de realizações infinitas.

Vou me embora para Mata A Dentro- Gilda P. de Souza



Vou para Mato adentro
Lá eu posso dançar
Tem um bando de pássaros
O tempo inteiro a cantar
Na casa do pai Zé Bento
Todos se reúnem á mesa
Após a ceia farta
Farra, piada, cantoria
Sem pressa para acabar
As crianças felizes
Brincam de tudo que há
Boneca, pião, bola, anel, lencinho na mão
A ciranda girando, girando
Isso que era vidão
O circo chegou
Trazendo muitos artistas
Trapezistas, malabares, bailarinas,
Mulher barbada, mágico, palhaço
O espetáculo não pode parar
Procissão, missa, comadres
Soltam na pracinha a vontade
Risos, cochichos, olhares, piscadinhas
Vamos dar uma voltinha?
Premissa de namoro que termina no altar.
Vou-me embora para Mato Adentro
Essa é a vida que eu quero levar!

Eu sou a Avenida Paulista - Maura Fernandes



Como toda gente é,
Eu também desejo ser.
Esta grande beldade
Que tanto nos dá prazer.

Tão brilhante iluminada!
Bem florida cheia de vista.
Parecendo uma fada...
Sou Avenida Paulista.

Cada pedaço de mim
É cheio de muito calor,
Quando é noite assim?
Reflito com mais amor

Desde o meu nascimento!
Comprovo aqui nesta rima.
Meu sincero agradecimento
A Joaquim Eugenio de Lima.

Avenida Paulista - Maura Fernandes



(1891) Joaquim Eugenio de Lima: e seu ideal.

Esta fachada de luz
Que ali agente via.
Em primoroso domingo
Que era só alegria!...

O passeio era brilhante!
O afeto era maior,
Ramalhetes cintilantes
Parecia o céu em flor.

Estava muito feliz!...
Nas mãos, segurava uma lista.
Pela conquista que fiz,
Por ser o idealizador!...
Da Avenida Paulista.

DEUS TE ABENÇOE!
JOAQUIM EUGENIO DE LIMA.

Mataram a avestruz - Maura Fernandes



Passando numa estrada,
Lá p’ra banda do Araxá!
Num grande cerco estava
Lindas avestruzes a bailar.

Livres, soltas dançarinas.
Dava gosto agente ver
Algumas cismadas,
Que uma iria morrer.

E quem foi esse assassino?
Cheio de ódio e rancor,
De coração tão ferino...
Que a avestruz matou?

Ela era tão querida!
Comia tanto cuscus.
Foi cara muito atrevido...
Que matou sem dó á avestruz.

domingo, 10 de agosto de 2008

Eu, Avenida Paulista - Ana Maria Maruggi



Sobre mim duros pés batem e rebatem ao ritmo de palavras de ordem vindas de professores insatisfeitos ou de costureiras tristes que se aglomeram atrapalhando o tráfego, quando então uma ambulância nervosa também grita tentando romper o clamor da multidão.

Os gays me sobrecarregam o dorso com milhares de saltos e carros alegóricos. Sou palco de perucas e paetês que buscam reconhecimento do mundo. Depois, cansados deixam os buás rosas-choque, plumas brancas e purpurinas abandonados no meu colo ao final do corso.

Monet, Manet, Picasso, Van Gogh e outras obras famosas estão guardadas nas paredes de Lina, que construiu sua casa em mim.

Homens de bolsas cheias e lenços de seda abrem suas valises Prada nas mesas de diretores de bancos do mundo que se guardam aqui em modernos prédios de vidros.

Tenho Cultura no corpo. Tenho sangue de Santa Catarina na veia. Tenho rosas nos cabelos. Muito dinheiro no bolso. Sob mim deslizam trens, fios e ratos.

Minha vida começa num Paraíso e termina em Consolação...

Eu sou a Avenida Paulista - Noemi de Carvalho



Vejam-me só que elegância!
Da minha pessoa ao meu trajar.
Esta Paulista que nasceu Avenida
Cortando as horas dos tempos
Em tempos que são agora...
Sou eu, a bela e formosa
Paulista aqui nascida,
Herdeira dos bandeirantes.

Nesta Avenida onde os ombros se tocam
E não se abraçam... e minha memória,
Para não passar em branco, alavanca minhas raízes,
Destemidas, sem fronteiras e abriga um mundo inteiro.
Meu coração tão aberto aos amores,
É cópia da turbulência, rainha entre faróis e transeuntes
No âmago desta Avenida tão cheia de desamores.

Magnífica, sensível, inteligente, acolhedora,
Esta alma feminina que com a Avenida se identifica...
Sou eu, que com tantos atributos iguais aos dela
Espera o descanso da noite
Quando a Avenida não pode repousar
E durmo com ela, um sono
De só vigiar.

Um domingo na Avenida Paulista em 1891 - Noemi de Carvalho



Era dia de festa na cidade.
A Avenida Paulista, abria-se para os seus moradores.
O sol brilhava naquele domingo, tornando os sorrisos mais cativantes; os aromas exalando perfumes de senhoritas que com ancas salientes, decotes e mangas austeros, procuravam um noivo encontrar. Os jovens desdenhavam da postura casadoira e faziam-se de difíceis. Ainda ouço os instrumentos da banda tocando, saudando o novo passeio. As pedras brancas do passario brilhavam ao sol com uma brancura inigualável. Os pássaros desfilavam em corais, seus cantos, os mais belos, jamais ouvidos!
As lembranças deixadas por esse dia marcam a imponência da avenida que nasceu para reinar. E eu sou seu súdito, que em minha mensagem quero a ela reverenciar.