Curiosidade da vida de Manuel bandeira, o habitante de Pasárgada.
E ouça a voz de Manuel Bandeira:
Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90
Manuel Bandeira: sua vida e sua obra estão em "Biografias".
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Nascimento e morte na literatura e na música
Pro dia nascer feliz - Cazuza
Todo dia a insônia
Me convence que o céu
Faz tudo ficar infini...to
E que a solidão
É pretensão de quem fica
Escondido fazendo fi...ta
Todo dia tem a hora da sessão coruja, hum...
Só entende quem namora
Agora vão'bora
Estamos bem por um triz
Pro dia nascer feliz, hum...
Pro dia nascer feliz
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir, dormir
Pro dia nascer feliz
Ah! Essa é a vida que eu quis
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir...
Todo dia é dia
E tudo em nome do amor
Ah! Essa é a vida que eu quis
Procurando vaga
Uma hora aqui, a outra ali
No vai e vem dos teus quadris
Nadando contra a corrente
Só pra exercitar...
Todo o músculo que sente
Me dê de presente o teu bis
Pro dia nascer feliz, é!
Pro dia nascer feliz
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir, dormir
Pro dia nascer feliz, é!
Pro dia nascer feliz
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir, dormir
Oh oh oh oh
Oh oh oh oh
Oh oh oh oh...
Tantos poetas reverenciaram a vida, o nascimento e a morte em suas obras.
João Cabral de Melo Neto, escritor pernambucano estabeleceu rentes e diferentes encontros de seu retirante Severino com a morte na obra Morte e Vida Severina.
Como exemplo ainda temos o Cazuza, Djavan com sua Flor de Lis, Haroldo de Campos com seu poema concretista Nascemorre e Milton Nascimento com sua famosa Travessia.
E cada um à sua maneira fala da morte ou da vida de forma poética.
(espere um pouquinho para que o video se complete)
Imperdível Djavan com sua Flor de Liz!
Valei-me, Deus!
É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei,
Que amei, que amei, que amei
Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força
Pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira,
Poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem Margarida nasceu.
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem Margarida nasceu.
Nascemorre de Haroldo de Campos
Apresentamos como Poesia Concreta o poema Nascemorre de Haroldo de Campos.
Voz e violão: Iasmin Martins.
Fotos: Iasmin Martins, Dia de los Muertos, Google...
TRAVESSIA
1967
Milton Nascimento e Fernando Brant
Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida, me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida, me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
terça-feira, 24 de junho de 2008
ABERTURA DO BLOG
A Casa das Rosas - Espaço Cultural Haroldo de Campos de Poesia e Literatura gentilmente nos cedeu espaço para reunirmos nele jornalistas e escritores amadores que frequentam a AJEB, além dos visitantes da própria Casa das Rosas. Gostaríamos de agradecer aos dirigentes dessa Casa de Cultura, especialmente ao seu diretor Frederico Barbosa por essa deferência.
Reforçamos aqui que nossa oficina não é uma programação da Casa das Rosas, e sim um evento da AJEB num espaço cedido pela Casa das Rosas. Espaço pelo qual agradecemos muitíssimo.
E a AJEB abre este espaço para você!
Convidamos para a Oficina de criação de Textos que acontecerá todas as terças-feiras das 14:30 às 16:30, com início em 15 de julho de 2008.
Nossa proposta é de publicação dos textos no Blog, no Jornal Literata Brasileira, e no final de cada etapa selecionaremos textos para publicação de coletânea.
email para contato: oficinaideiaseideais@gmail.com
Para quem ainda não sabe, fornecemos aqui o endereço da oficina:
Avenida Paulista, 37 - Bela Vista - SP/SP
Reforçamos aqui que nossa oficina não é uma programação da Casa das Rosas, e sim um evento da AJEB num espaço cedido pela Casa das Rosas. Espaço pelo qual agradecemos muitíssimo.
E a AJEB abre este espaço para você!
Convidamos para a Oficina de criação de Textos que acontecerá todas as terças-feiras das 14:30 às 16:30, com início em 15 de julho de 2008.
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