quarta-feira, 9 de julho de 2008

Avenida Paulista











A avenida Paulista foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima, para abrigar paulistas que desejavam adquirir seu espaço na cidade. À época, houve grande expansão imobiliária em terrenos de antigas fazendas e áreas devolutas, o que deu início a um período de grande crescimento. As novas ruas seguiam projetos desenvolvidos por engenheiros renomados, e nas áreas mais próximas à avenida e a seu parque central os terrenos eram naturalmente mais caros que nas áreas mais afastadas; não havia apenas residências de maior porte, mas também habitações populares, casebres e até mesmo cocheiras em toda a região circundante (vide memórias de Lucia Salles).

Algum tempo após a construção da avenida foram aprovadas leis que desviavam o tráfego de muares e animais de carga devido ao grande volume de excremento depositado na via carroçável e à impossibilidade de o poder público mantê-la limpa; logo, o tráfego foi desviado para a rua que ladeia a avenida Paulista e hoje é a Alameda Santos, sendo autorizado apenas em horários pré-estabelecidos. Seu nome seria avenida das Acácias ou Prado de São Paulo, mas Lima declarou:

"Será avenida Paulista, em homenagem aos paulistas".

A primeira fase da Avenida Paulista é o momento de concretização da vocação de grandeza desse fenômeno urbanístico de São Paulo. Aos poucos ela se transformou em foco de animação da cidade. Os ricos senhores do café e da nascente burguesia comercial, industrial e financeira construíram elegantes casarões, de um ecletismo arquitetônico incomum. Corridas de charrete, de cabriolés e dos primeiros automóveis, os corsos carnavalescos dos anos 20 e 30, a beleza da mata nativa do Parque da Avenida e a folia dos Salões do Belvedere Trianon traduziam a presença marcante da Paulista na história da cidade.


No fim do anos 20, seu nome foi alterado para avenida Carlos de Campos, homenageando o ex-presidente do estado, mas a reação da sociedade fez com que a avenida voltasse a ter o nome com o qual foi criada e é conhecida até os dias de hoje.

A avenida foi aberta seguindo padrões urbanísticos relativamente novos para a época: seus palacetes possuíam regras de implantação que, como conjunto, caracterizaram uma ruptura com os tecidos urbanos tradicionais. Os novos palacetes incorporavam os elementos da arquitetura eclética (tornando a avenida uma espécie de museu de estilos arquitetônicos de períodos e lugares diversos) e dos novos empreendimentos norte-americanos: estavam todos isolados no meio dos lotes nos quais se implantavam, configurando um tecido urbano, diferente do restante da cidade, que alinhava a fachada das edificações com a testada do terreno. Isso fez com que a avenida possuísse uma amplidão espacial inédita na cidade.

A avenida Paulista foi a primeira via pública asfaltada de São Paulo, com material importado da Alemanha.

Esse perfil estritamente residencial da avenida permaneceu até meados da década de 1950, quando o desenvolvimento econômico da cidade levava os novos empreendimentos comerciais e de serviços para regiões afastadas do seu centro histórico. Em pouco tempo, praticamente, todos os palacetes da avenida tinham sido vendidos e substituídos por pequenos prédios de escritórios e comércio.

Durante as décadas de 60 e 70, porém, e seguindo as diretrizes das novas legislações de uso e ocupação do solo, e a valorização dos imóveis incentivada pela especulação imobiliária, começaram a surgir naquele local os seus agora característicos "espigões" - edifícios de escritórios com 30 andares em média.

Curiosidades:
1 - O Museu de Arte de São Paulo foi para a nova sede em 7 de novembro de 1968, sendo inaugurada pela rainha do Reino Unido, Elisabete II, na presença do então governador Roberto Costa de Abreu Sodré e dona Maria do Carmo de Abreu Sodré.

2 - O desfile comemorativo do Sesquicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1972, foi realizado com muita pompa na avenida Paulista.

Nos dias de hoje a Avenida continua sendo um dos pontos culminantes de negócios de São Paulo.

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