segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Fatos Inesquecíveis - Carmen Apóstolo



Fatos Inesquecíveis
(Carmen Apóstolo)

Quando pequena eu sempre reunia meus amigos :Mariazinha, Clara,Luiz e Zezinho. Eles
gostavam de ouvir as histórias que eu inventava. Todos ficavam atentos esperando os acontecimentos finais. O tema preferido sempre era sobre uma pequena cidade subterrânea
habitada por seres diferentes que provocassem curiosidade. Eu também , acabava fazendo parte
da platéia.
_Agora , crianças , cheguem para cá ! Vou lhes contar uma coisa que se deu nesta área da lavanderia, bem aqui na minha casa ,em volta deste tamque.
Nesse lugar mora uma família de anões bem miúdos e habitam debaixo da terra deste quintal. Quando todos vão dormir , eles sobem pelo ralo que eu sempre deixo sem tampa para facilitar as coisas.
Os anõezinhos gostam de brincar, conversar, cantar e também contar suas façanhas.O pai se chama Guié, a mãe, Guiá e os irmãos: Gaíá , Gaiê, Gai e Gaiô.Eles sempre abrem as portas de sua cidade e me convidam a entrar.
_ E você nunca teve medo?_perguntou Zezinho.
_Ah , se tive! Quase morri de susto quando me transformaram num sêr minúsculo .Imaginem ,
eu, pequenina e diante de mim dois leões enormes e ferozes ,prontos para me atacar ?O que você faria ?
_Eu correria a não mais poder, respondeu o menino. Aí , Mariazinha , um tanto preocupada,..
_Pelo menos você fechou o ralo para os animais não saírem?
_Ah, minha amiga , eu me esqueci ! Eles estão por aí ,mas não tenham medo , eles não mordem ,só engolem. Olhem...Estão vindo para cá !
Nesse momento , os quatro irmãos saíram correndo tanto ... Pareciam voar ! E eu voei junto

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Amizade em preto e branco - Mell Neves



Amizade em Preto e Branco

Tininha.Era assim chamada por todos.Até mesmo por seu pais que a princípio recusavam-se.Aliás porque não Celestina Álvares Cunha seu nome de pia batismal?Tão lindo e reduzido a Tininha.


- Tomu é seu nome?- era o negrinho, filho da empregada.


- Celestina.


-Nome glande pá uma minina tão piquena.Vou te chamar de Tininha.


Ela riu. E ali nascia uma forte amizade. Com rapidez nasceu e da mesma forma se foi. Não por vontade de ambos, mas por a empregada ser demitida um tempo depois.


E Tininha perdeu seu amiguinho. Mas não a lembrança. Logo ao acordar deparou-se com um presente no travesseiro:um bonequinho de pano, pretinho e sempre sorrindo juntamente a um bilhete:"Estarei sempre ao seu lado"

Dura jornada - Mell Neves



Dura Jornada

Jair não chamava mais aquilo de sofrimento.Era o inferno calcinante na Terra.A terra que ressequia a cada cuspida pirofágica do astro-rei.Cuspia e lambia.O solo rachado.A sola rachada.


A boca- torta de apoiar a ponta de cigarro de palha,por muitas vezes ali,esquecido
apagado - praguejava contra a dura sina.Não que ele tenha sido sempre um homem amargo,mas a aridez da vida tornou agora infértil seu coração.


Tentara até um último momento driblar a seca.E agora era hora de por o pé na estrada.Nunca mais aquela sinfonia de estômagos roncando ao dormir.Era a esperança.Partiram.


E à medida que andavam a fome aumentava.Nem um mato de comer pela frente.Nem os juazeiros da fazenda do seu Agenor, outrora verde, agora avistavam-se ressequidos.


Os juazeiros aproximaram-se,recuaram,sumiram-se.O menino mais velho pôs-se a chorar,sentou-se no chão.-Anda, condenado do diabo,gritou-lhe o pai.-Um grito que servia pra ele mesmo,pois as forças também já o abandonavam.Vem que eu te levo.Pegou o menino nos braços e seguiu viagem.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Criança é criança - Isabel C. S. Souza


Criança é criança

Isabel C. S. Sousa


Como é bom acompanhar o desenvolvimento duma criança e procurar entender a sua lógica, sim, por que nem sempre é igual à nossa, mas, bem no fundo ela é concreta, à sua maneira, é certo.


Há uma frase batida que eu sempre a contesto, pois me lembro de ouvi-la desde criança.


-“Ah, as crianças de hoje!”


Criança de ontem, de hoje, de amanhã... Na sua pureza - sua inocência – é simplesmente criança.


Se a criança de hoje fosse diferente da de ontem, não acreditaria em Papai Noel.


Ela é sempre uma esperança.


Soltando a imaginação
Uma menina dizia
Em suave melodia
Numa terna invocação:

Eu sou a criança
Eu sou o amor
Eu sou a esperança
Dum mundo melhor

Ajude-me a erguer
Quando tropeço
Com todo o carinho
Que sempre mereço

Ensine-me a enfrentar
O mundo que avança
A trilhar meu caminho
Com mais segurança

Eu sou o futuro
Eu sou a esperança.

Só uma pedra - Isabel C. S. Souza



Só uma pedra
Isabel C. S. Sousa


Pedrinho brincava num monte de areia em seu quintal, um muro o separava da rua onde era intenso o tráfego. Sua imaginação estava completamente alheia ao movimento lá fora.
Achou uma pedra pontiaguda que o incomodou e no mesmo instante a arremessou para a rua.
A mãe assustada o repreendeu e gritou:
Que fizeste Pedrinho!
Com um doce sorriso, simplesmente respondeu:
Que mal tem, era só uma pedra mamãe!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Oficina de 23 de setembro de 2008 - Narrador presente e ausente






NARRADOR



Alguém que pode ou não participar dos fatos que conta.



Em qualquer texto de ficção, não é o autor que se dirige diretamente ao leitor. O autor cria uma espécie de intermediário entre o leitor e o universo ficcional. Este intermediário chama-se narrador.



Narrador é aquele que conta a história. Ele pode fazer parte da história, ou apenas contá-la para o leitor. Quando o narrador faz parte da história, isto é, quando também é uma personagem, dizemos que é um narrador em primeira pessoa.



No conto "O peru de Natal", de Mario de Andrade, o narrador faz parte da história:



O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de conseqüências decisivas para a felicidade familiar. (...)

Participando dos fatosNesse caso, o narrador vai contar uma história acontecida com ele mesmo. Veja as expressões grifadas (nosso, meu). O narrador conta os fatos de que ele mesmo participa.



Na narração em primeira pessoa, há uma fixação clara do ponto de vista. O leitor entra em contato direto com o universo ficcional. Em "O peru de Natal", conhecemos a história pela perspectiva do filho.



Como o leitor entra em contato direto com o universo ficcional, tem reforçada a impressão de autenticidade, pois está muito próximo da ação, pois ela é apreendida sempre pelo ponto de vista deste narrador-personagem.



Mas nem sempre o narrador faz parte da história.



Fora dos acontecimentosMuitas vezes o narrador está distante em relação àquilo que vai contar, ele não se envolve com a narrativa. Nesse caso, falamos em um narrador em terceira pessoa.



O narrador em terceira pessoa está fora do plano dos acontecimentos. Não participa da história. Por isso mesmo, tem uma ampla liberdade de narrar: não têm o "rabo preso" com ninguém.



Funções do narradorAo contar uma história, o narrador desempenha várias funções. Tem que apresentar as personagens, a seqüência dos fatos, descrever o ambiente em que eles se passam. Diz-se que o narrador é o intermediário entre a narrativa e o leitor. Ele coloca o universo ficcional diante dos olhos do leitor.

Leia este trecho do conto "O poço", de Mário de Andrade.



Ali pelas onze horas da manhã o velho Joaquim Prestes chegou no pesqueiro. Embora fizesse força em se mostrar amável por causa da visita convidada para a pescaria, vinha mal-humorado daquelas cinco léguas cabritando na estrada péssima. Alias o fazendeiro era de pouco riso mesmo, já endurecido pelos setenta e cinco anos que o mumificavam naquele esqueleto agudo e taciturno.



Observe como se trata de um narrador em terceira pessoa.



Apesar de não participar da história como personagem, o narrador desempenha diversas funções importantes:



 O narrador conta um fato (Joaquim Prestes chegou no pesqueiro). Situa este fato no tempo (onze horas da manhã) e no espaço (no pesqueiro).



 Esclarece as circunstâncias deste fato (havia uma visita convidada para a pescaria, ele tinha andado cinco léguas numa estrada horrível).



 Descreve Joaquim Prestes fisicamente (era magro e alto, parecia uma múmia).
 Descreve Joaquim Prestes psicologicamente (era taciturno e mal-humorado).
Além disso, podemos observar ainda que o narrador já nos apresenta um elemento dramático, conflituoso, uma dica do que está por vir (apesar de Joaquim Prestes estar mal-humorado, ele tem de se mostrar amável para a visita).


* ESTE TEXTO NA ÍNTEGRA PERTECE A: Heidi Strecker é filósofa e educadora.


Como exemplos de narradores presentes e ausentes nos textos temos:
Dona Doida de Adélia Prado preocupou-se com o formato da apresentação do texto, e onde o narrador conta a história na primeira pessoa: eu
Dona Doida
Adélia Prado

Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso
com trovoadas e clarões, exatamente como chove agora.

Quando se pôde abrir as janelas,

as poças tremiam com os últimos pingos.

Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,

decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.

Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,

trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.

A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,

com sombrinha infantil e coxas à mostra.

Meus filhos me repudiaram envergonhados,

meu marido ficou triste até a morte,

eu fiquei doida no encalço.

Só melhoro quando chove.

O texto acima foi extraído do livro "Poesia Reunida", Editora Siciliano - 1991, São Paulo, página 108.

E, Os bonecos de barro de Clarice Lispector onde o narrador não está presente no texto, sendo o texto narrado na terceira pessoa: ela


(trecho de) Os bonecos de barro
POR CLARICE LISPECTOR

O que ela amava acima de tudo era fazer bonecos de barro — o que ninguém lhe ensinara. — Trabalhava numa pequena calçada de cimento em sombra, junto à última janela do porão. Quando queria com muita força ia pela estrada até ao rio. Numa de suas margens, escalável embora escorregadia, achava-se o melhor barro que alguém poderia desejar: branco, maleável, pastoso: frio. Só em pegá-lo, em sentir sua frescura delicada, alegrezinha e cega, aqueles pedaços timidamente vivos, o coração da pessoa se enternecia úmido quase ridículo. Virgínia cavava com os dedos aquela terra pálida e lavada — na lata presa à cintura iam se reunindo os trechos amorfos. O rio em pequenos gestos molhava-lhe os pés descalços e ela mexia os dedos úmidos com excitação e clareza. As mãos livres, ela então cuidadosamente galgava a margem até a extensão plana . No pequeno pátio de cimento depunha a sua riqueza. Misturava o barro à água, as pálpebras frementes de atenção — concentrada, o corpo à escuta, ela podia obter uma porção exata de barro e de água numa sabedoria que nascia naquele mesmo instante, fresca e progressivamente criada. Conseguia uma matéria clara. e tenra de onde se poderia modelar um mundo.

O dia das crianças está chegando! Hoje é dia de brincar nesta oficina!!!
Foram espalhados brinquedos de antigamente: peteca, boneca de pano, bonequinha de sabugo de milho, palhacinho colorido, telefone de lata com barbante, trapezista de madeira, catapulta de madeira, e jogo de saquinhos de areia para jogar "pedrinha". Esses brinquedos são exemplos de como se brincava antes da televisão, antes do video game e muuuuito antes do computador.
Oficina Idéias e Ideais – 23 de setembro de 2009 – Ana Maria


Para que não esqueçamos que brincar é a atividade mais importante na vida das crianças, estamos aqui com brinquedos que podem resgatar as crianças de dentro de nós.

Foram brinquedos assim que nos fizeram as pessoas que somos, seguros críticos, e confiantes de nossas opiniões.

Os brinquedos eram exploratórios, naturais e de interatividade pessoal. Raro o brinquedo que fazia a criança praticar solitariamente, daí a qualidade de amizade que se formava entre grupos, quando juntos os meninos trafegavam pela estradinha de terra com seus caminhões de madeira, ou faziam girar os piões em competições saudáveis. As meninas acariciavam bonecas e fingiam serem donas de uma casinha.

Brincava-se de escolinha por ser a escola outro reduto de aprendizado e não havia quem, na infância, não almejasse ser professor dada a importância desse profissional para as crianças.

Na infância brincava-se e estudava-se. Mas ao mesmo tempo, e quase sem perceber, as crianças aprendiam dar e obter respeito aos mais velhos, comportamento, e higiene. Estavam tornando-se cidadãos. Cresciam com metas e lutavam por elas. Aprendiam logo que deveriam preocupar-se consigo mesmos e que deveriam ser responsáveis por tudo que faziam: coisas boas e ruins.

Os pais eram mais severos, menos participativos para garantirem aos filhos a autoridade da obediência e da retidão. Já as mães eram mais domésticas, amorosas e interagiam em quase tempo integral com as crianças, faziam assim a ponte de ligação da criança com o pai.
Os lares eram brindados pela harmonia e pela compreensão de todos os seus participantes. Havia uma completa e profunda preocupação com a imagem dos pais em relação aos filhos, para que o exemplo fosse sempre o melhor e mais direito possível.

Não havia a crítica fase da adolescência, pois os jovens nessa fase já estavam engatilhados em metas para a vida.

Raramente podia se deparar com um riso do pai. Mas quando isso acontecia era motivo de felicidade para todos. O chefe do lar interagindo, era sinônimo de paz e felicidade.

Atualmente com os brinquedos eletrônicos e solitários, que impulsionam as crianças às atitudes de “guerra”, com vocabulários xulos que denigrem a origem e o futuro delas, devemos nos preocupar com isso e a partir de agora ignorar o tempo que passou alimentando a interatividade entre as pessoas, principalmente entre as crianças. Desliguem a televisão para sempre. Abram livros para sempre...
(texto de Ana Maria Maruggi)

1)Em sala: Vendo esses brinquedos, e seguindo o roteiro de criação de personagens que aprendemos na última reunião, vamos criar uma personagem infantil (dando a ela personalidade física e psicológica, estabelecendo para ela um espaço (lugar) e definindo esse lugar), contando uma passagem CURTA (15 linhas apenas) dessa criança em tempos passados brincando com um desses brinquedos. Façam esse texto de maneira que o narrador não esteja presente no texto, isto é, o texto deverá ser narrado na 3ª pessoa (quem não for ao encontro deve fazer os exercícios também).

2)Para o blog: fazer um texto onde o narrador esteja presente no texto (escrever na 1ª pessoa) e que a personagem seja atual com lembranças antigas. Texto curto de até 20 linhas. Mande por e-mail para: oficinaideiaseideais@gmail.com
(quem não for ao encontro deve levar este exercício para o próximo encontro).

Para os textos: Evitem: “frase feita”, “lugar comum”.
Procurem investir em palavras novas.
Escrevam parágrafos bem curtos.
Depois de prontos os textos, releiam e imaginem que vocês são os leitores, e tenham autocrítica: seu texto “pega” o leitor ou não passa de uma narrativa simples que só interessa para você? Se for assim, reescreva e adéqüe palavras “diferentes” para que o leitor tenha interesse de ler até o final.
Não esqueça de que a forma como o texto está “apresentado” é muito importante para que o leitor “comece” a ler o texto.
Pegue-o primeiro pelo “visual”.
Depois pelo título.
E em seguida pelo primeiro parágrafo.
Finalmente dê ao leitor um bom texto para que ele tenha vontade de ler tudo o que você escrever.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Lamentos no sertão - Carmen Apóstolo



Lamentos No Sertão
( Carmen Apóstolo)

Os juazeiros cansaram...Cansaram de arribar.Já não davam suas frutas e seus galhos ressequidos sumiram na paisagem sem cor. Pareciam haver tombado lá no marco do horizonte
onde nunca chegarão. Recuaram, sumiram... Tudo era silêncio quando um som bem
suave e triste , na forma de um lamento ,surgiu entre as ossadas de animais e raízes secas já desprendidas da terra.Fui me aproximando até chegar por perto. Era um homem de aparência rude, com as mãos e pés esturricados pelo sol e a pele quase a lhe grudar nos ossos. Os dedos sangravam sobre a terra que chora a secura de seu veio.
Raimundo era seu nome. Ali estavam: o retirante, a mulher, dois filhos e um cãozinho fiel. Todos a acompanharem o calvário, os lamentos profundos daquele homem, ao qual só restava a esperança. A mulher seguia o mesmo pensamento do companheiro. Achava que o único
remédio era crer e esperar. E aquele homem , nada fazia senão olhar para o céu à procura
de um sinal de chuva.
Um dia ele resolveu confidenciar-me seus profundos sentimentos:
_Não sei porque solto as palavras amargas da minha boca ! É como se eu pudesse, assim, consertar o mundo!
O filho mais velho pôs-se a chorar. O pai acrescentou:
_Anda, condenado do diabo, gritou-lhe ao ouvido, ao que ele respondeu:
_ Eu sei, meu pai, que você me ama!
Em meio a tudo isto, a chuva caiu, a catinga ficou verde como a esperança, os meninos brincavam felizes na terra fofa. Foi a verdadeira Ressurreição! E o mandacaru na serra, redimiu os pecados da miséria e da fome.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Alberto - Isabel C. S. Sousa




Alberto
Isabel C. S. Sousa

Alberto se caracterizava pela sua simplicidade, mas sua esguia figura e seus olhos negros chamavam a atenção de quem o olhava, seus dentes alvos brilhavam em seu rosto moreno.

Naturalmente simpático exercia um fascínio nato, e qualquer coisa de enigmático o diferenciava dos outros colegas. Alberto era motorista de ônibus, daqueles ônibus que circulam em S. Paulo no complicado aglomerado de veículos – motos – gente - que em determinadas horas causa estresse em qualquer um.

Ele conservava a calma – educação – e, cumpria seu dever com maestria.

Curiosa, perguntei-lhe se nunca se irritava com os vários acontecimentos da falta de cidadania – com os congestionamentos e, tudo o mais desta metrópole que tantas vezes nos cansa.
Sem titubear respondeu:

Sou profissional, e como tal sinto-me na obrigação de conservar o meu estado de espírito atento a tudo ao meu redor, cumpro o meu dever.

Quando chego em casa abraço minha mulher e filho e esqueço que sou motorista.

Sonhei um dia ser médico, minha origem muito pobre não me deu oportunidade nem de tentar.

Acredito que se o tivesse sido seria um grande médico.

Precisamos ser bons em tudo que fazemos.

Recebi uma lição de cidadania.

André - Isabel S. S. Sousa




André

Isabel C. S. Sousa


André era um menino desnutrido, olhos profundos, dez anos de idade, mas fisicamente aparentava sete. Possuía uma inteligência peculiar.

O pai embrutecido pela rudeza a que fora submetido por toda a sua vida não entendia nem a fragilidade do pequeno André. Foi numa tentativa duma aproximação mais humana que a criança se dirigiu ao pai:

- Pai, estou cansado desta vida, eu queria ir à escola estudar e brincar como outras crianças.

- Que diabo te deu moleque? Carrega esses feixes secos e aprende a ser homem!

- Eu sou uma criança, pai.

- Da tua idade eu já trabalhava, deixa de fazer corpo mole.

Consciente ou não, o pai estava duro demais para se compadecer ou entender as lágrimas quase silenciosas duma criança que só queria crescer com dignidade.

A menina e sua boneca falante - Carmen Apóstolo



A Menina e Sua Boneca Falante
(Carmen Apóstolo)
História Infantil


Maria Buscapé era uma criança que possuia a imaginação muito fértil.

Certa vez uma fada a presenteou com uma varinha de condão e, como o
seu sonho era possuir uma boneca Falante ,igual aquela que parecia surgir ,como por en-
canto, das páginas dos livros que costumava ler ,resolveu fazer sua mágica:
_Abra cadabra - abra cadabra ...

Apareceu, então , uma bonequinha cor de pixe , bem falante , com um olho preto e outro
vermelho, mas muito inteligente e esperta. Chamava a atenção pelos exageros dos traços ,
mas sempre se mostrando engraçada , obediente e gentil. Embora tivesse os olhos de cores
diferentes , esbugalhados e indagadores, ela piscava com tanta faceirice que conquistava
a atenção e benquerência de todos.Maria Buscapé, surpresa com os progressos de sua
bonequinha ,resolveu fazer -lhe uma pergunta:

_Com quem você aprendeu todas essas coisas tão boas ?

_Eu não sabia nada , nem falava, aprendi tudo agora.Eu vim lá da Terra do Seilá , da Flores-
ta do Desencantamento e você , minha dona, através de sua varinha mágica me deu vida e vocabulário. E agora que não sou mais tão feia...Você quer ser minha amiga para sempre ?
Maria ficou muito emocionada. Sua amiga falante parecia muito linda...Abraçou-a com muito
carinho e retribuiu com os mesmos sentimentos ,gravando bem o provérbio que sempre admirou:

“ QUEM O FEIO AMA BONITO LHE PARECE”

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Discurso direto, indireto e indireto livre - Exemplos

Os textos abaixo servem de exemplo de discuros direto, indireto e indireto livre:

Exemplo de discurso direto onde as personagens falam no texto em linguagem direta:

Margarida entrou em casa e viu sua mãe, que estava sentada em uma poltrona, folheando uma revista. Sem dizer nada, dirigiu-se à cozinha. A mãe a interpelou:
– Com quem você esteve?
– Com a Rosa e o Edu.
– Edu?
– É o irmão da Rosa – respondeu distraidamente.
– Você nunca me falou desse Edu.
– Eu o conheci há pouco tempo.
– E o que faz o Edu?
– Ora, mamãe, que curiosidade!

Ou ainda:

Ofélia perguntou devagar, com recato pelo que lhe acontecia:
– É um pinto?
Não olhei para ela.
– É um pinto, sim.
Da cozinha vinha o fraco piar. Ficamos em silêncio como se Jesus tivesse nascido. Ofélia respirava, respirava.
– Um pintinho? certificou-se em dúvida.
– Um pintinho, sim, disse eu guiando-a com cuidado para a vida.
– Ah, um pintinho, disse meditando.
– Um pintinho, disse eu sem brutalizá-la.
Já há alguns minutos eu me achava diante de uma criança. Fizera-se a metamorfose.
– Ele está na cozinha.
– Na cozinha? Repetiu fazendo-se de desentendida.
– Na cozinha, repeti pela primeira vez autoritária, sem acrescentar mais nada.
– Ah, na cozinha, disse Ofélia muito fingida, e olhou para o teto. (...).

(Clarice Lispector, A Legião Estrangeira)

E em outro estilo de discurso temos o discurso indireto onde as falas das personagens aparecem descritas pelo narrador:

No espelho de casa viu os olhos avolumando. Pensou nos Nereu. A cara arredondava pra caber os olhos crescidos. Inchavam, cresciam de dar medo. Duas bolas acesas na cara redonda do infeliz. Pensou na raiva. Chamou a mulher aos berros. Assustada, benzeu-se e entoou uma reza em voz alta. Era o coisa ruim! - dizia ela. Ele rezou também. De nada adiantou. Suas orelhas se movimentavam sem querer, à olhos vistos. Incharam e cresceram, cresceram de dar medo. As duas orelhas ficaram enormes, maiores que a cara. A mulher gritava. Ele espumava de raiva. Ela rezava fazendo o sinal da cruz. De nada adiantou.
(Reza braba – Ana Maria Maruggi)


Ou ainda:

Sorri — pois o que tinha a temer? Dei as boas-vindas aos senhores. O grito, disse, fora meu, num sonho. O velho, mencionei, estava fora, no campo. Acompanhei minhas visitas por toda a casa. Incentivei-os a procurar — procurar bem. Levei-os, por fim, ao quarto dele. Mostrei-lhes seus tesouros, seguro, imperturbável. No entusiasmo de minha confiança, levei cadeiras para o quarto e convidei-os para ali descansarem de seus afazeres, enquanto eu mesmo, na louca audácia de um triunfo perfeito, instalei minha própria cadeira exatamente no ponto sob o qual repousava o cadáver da vítima.
(O coração delator – Edgar Allan Poe)

Ou ainda:

Um discuso indireto livre, onde o narrador faz uso dos dois recursos: direto e indireto passando de um para outro:


Saltou pela traseira mesmo, sem pagar, os demais passageiros o olhavam, espantados, o trocador não teve tempo de protestar. Atirou-se num táxi que se deteve ante seus gestos frenéticos, foi direto à minha casa:

— Você tem que me ajudar a sair dessa.

Amigo é para essas coisas, mas não me dou por bom conselheiro em tais questões. Mal consigo eu próprio sair das minhas: a emenda em geral é pior do que o soneto. Ainda assim, tão logo ele me contou o que havia acontecido, ocorreu-me dizer que, se saída houvesse, ele teria que abrir mão de uma — com as duas é que não poderia ficar. Qual delas preferia?
(O golpe do comendador – Fernando Sabino)

Oficina de hoje (16/09)

O texto abaixo foi distribuido para os participantes da oficina no dia 16 de setembro.
Como faltou muita gente estou disponibilizando para que todas tenham acesso.
No final da 3ª página ha dois exercícios para serem executados e gostaria que ambos fossem feitos para serem levados ao proximo encontro:



PERSONAGENS DE FICÇÃO:

Personagem:
As criaturas que atuam nas narrativas de ficção, por exemplo: Grande Othelo no papel de Macunaíma, na adaptação da obra literária para o cinema.
Este artigo fala sobre a personagem, mas também poderia falar sobre o personagem. Personagem é um substantivo de dois gêneros. Isto quer dizer que podemos usá-lo indiferentemente no masculino ou no feminino.
No caso da ficção, de que vamos tratar, há uma leve tendência entre os estudiosos a usar o substantivo no feminino.

Mas que é a personagem? Na ficção, isto é, nos textos narrativos, personagem é aquele ser que pratica as ações narradas.

Por exemplo, Macunaíma (que dá título ao romance de Mário de Andrade) é uma personagem que vive uma história, e não uma pessoa que vive a vida real.

Personagem é uma entidade literária que vive a ação. Vejamos algumas definições de personagem dadas pelo "Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa":
• pessoa fictícia posta em ação numa obra dramática,
• imagem que representa uma pessoa,
• personagem que figura numa obra narrativa,
• figura humana imaginada pelos autores de obras de ficção,
• o homem definido pelo seu papel social ou comportamento.

A personagem de ficção
Dessas definições podem ser extraídas algumas conseqüências importantes. Sabemos que há personagens no teatro, no cinema, na literatura e até na vida! Mas vamos tratar aqui das personagens dos textos de ficção, basicamente dos contos, das novelas e dos romances.

Sabemos que a personagem é um ser ficcional, que é criada por um autor, e que adquire vida quando posta em ação. Numa obra literária, o que define a personagem é o que sabemos dela, e o que sabemos dela é o que o narrador nos conta. Personagens e narrador estão, pois, em estreita conexão. O narrador dá nome às personagens, descreve suas características físicas e psicológicas, faz comentários a respeito delas e, principalmente, coloca-as em ação.


PÁGINA 1



Classificando as personagens

Um texto ficcional apresenta, geralmente, personagens principais e personagens secundárias. A personagem principal é protagonista da história. Se houver uma personagem que se opõe à personagem principal, um vilão, por exemplo, recebe o nome de antagonista.

O protagonista de um texto de ficção pode ter qualidades muito elevadas. Pode ser forte, ou virtuoso, ou inteligente ou corajoso ao extremo. Neste caso, ele é um herói. Mas pode ser que o protagonista não tenha as qualidades do herói muito pelo contrário. Nesse caso, ele é um anti-herói.

Um exemplo de anti-herói é Macunaíma, do romance de Mário de Andrade, que o próprio autor afirma ser um "herói sem nenhum caráter”.

Mas como conhecer a personagem? Podemos conhecer a personagem através da descrição do narrador, através de suas ações e também através de suas palavras.

Tipos de discurso
O narrador pode nos dar a conhecer a fala das personagens através do discurso direto ou do discurso indireto.

No discurso direto, conhecemos a personagem através de suas próprias palavras. Para construir o discurso direto, usamos o travessão e certos verbos especiais, que chamamos de verbos "de dizer" ou verbos dicendi. São exemplo de verbos dicendi os verbos falar, dizer, responder, retrucar, indagar, declarar, exclamar e assim por diante.

Na seguinte passagem do romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, ficamos sabendo do sofrimento e da rudeza de Fabiano, o protagonista, através da forma como ele se dirige ao filho.

"Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.
- Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai."

No discurso indireto, o narrador "conta" o que a personagem disse. Conhecemos suas palavras indiretamente. A passagem mencionada acima ficaria assim:

"O pai gritou-lhe que andasse, chamando-o de condenado do diabo."

Há ainda, uma terceira forma de conhecer o que as personagens dizem. É o discurso indireto livre. Nesse caso o narrador passa do discurso indireto para o direto sem usar nenhum verbo dicendi ou travessão.

PÁGINA 2


Por exemplo, numa outra passagem de Vidas Secas, o narrador usa o discurso indireto livre para caracterizar a personagem de seu Tomé:

"Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais e livros, mas não sabia mandar: pedia. Esquisitice de um homem remediado ser cortês. Até o povo censurava aquelas maneiras. Mas todos obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não obedeciam?"

Podemos observar que a última reflexão não é do narrador, e sim da personagem, pensando sobre a questão.

*Este texto é de Heidi Strecker, filósofa e educadora.



1. Para você exercitar (em sala):
Agora vamos propor um breve exercício. Você é o narrador. Use a imaginação e crie uma personagem.

a. Primeiro dê um nome à personagem.
b. Depois descreva suas características físicas.
c. E descreva suas características psicológicas.
d. Comente com o leitor algumas peculiaridades desta personagem.
e. Coloque-a em ação, numa pequena cena. Deixe que ela fale com uma outra personagem, criando um pequeno diálogo em discurso direto.
f. E por último, junte as peças e monte seu texto.
Cuide para não usar palavras comuns e “lugares comuns”. Faça frases curtas. O texto não pode ultrapassar 15 linhas.


2. Para exercitar (em casa) para o blog:

Baseando-se no trecho já apresentado de Graciliano Ramos, crie um texto dando às personagens as mesmas características rudes de vida, descrevendo a característica física que você imagina que eles possuam, levando-as à uma ação onde possa ser aproveitado esse trecho citado (siga o roteiro usado de “a” a “f” usado em sala). Sugira uma resposta do filho:

"Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se.
O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.
- Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai"



PÁGINA 3

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Garota de Ipanema de Noemi Carvalho




Garota de Ipanema

Um título e um mito. Que tinha essa garota que simbolizou todas as jovens do Rio de Janeiro?Seria aquela que em praias da zona sul, desfilava a sedução, a liberdade, a independência?Ou seria a garota da periferia que suarenta, voltava do trabalho cansada, sem glamour, sem a liberdade de estar na praia, orleando os mares cariocas?Esta imagem de garota bonita viajou o mundo com a canção fazendo berço ao seu andar trigueiro, ao charme feminino brasileiro. A canção é única e a garota também, pois esta que é de Ipanema só pode ser a bela carioca, musa do poetinha em canção que eternizou uma época.

Bossa Nova da Noemi Carvalho


Bossa Nova


É preciso ter o espírito disponível para ouvir bossa nova.Pois irá acolher sentimentos de fossa,de amor,de romantismo.Mas o improvável acontece quando o barquinho vai e volta sempre com alma renovada.E num sofá romântico à meia luz, o amor se faz ao som da bossa,um novo jeito de fazer música, cantando-a de maneira própria e mostrando ao mundo tantos talentos, que hoje senhores da situação que provocaram,cantam no céu e na terra, a louvação do povo brasileiro em terras estrangeiras.

domingo, 14 de setembro de 2008

Um circo de tempos atrás - Carmen Apóstolo




Um Circo de Tempos Atrás
(Um Mini Conto)
(Carmen Apóstolo)

O dia amanheceu ensolarado numa cidadezinha do interior ,há muitos anos.

Os pássaros trinavam o canto matinal. Eu ainda era menina e brincava com minhas
amigas na calçada quando passou pela rua um caminhão transportando um circo.

Estávamos alvoroçadas , correndo e acompanhando o movimento .Em altos brados anunciavam;

- O circo chegou , venham todos .Temos o palhaço Pimpão, malabaristas, trapezistas, macacos e cães dançarinos.

Quando chegou a hora do espetáculo:

Os macacos fugiram, os cães não estavam bem , os trapezistas estavam sem trapézio e os malabaristas não tinham com que malabarizar.

Eram pessoas alegres ,simpáticas , mas ,sem recursos financeiros.Logo à noitinha foi
preciso convocar a garotada para completar o elenco. Foi um espetáculo diferente !

As crianças entraram em cena sob o comando de Pinpão e com a ajuda de um pandeiro
e um violão levantaram a platéia em altas gargalhadas, concorrendo para a alegria das famílias das próprias crianças que ali estavam .

Tivemos trabalho , tivemos lições de vida até o término da temporada.

Assim , aquele circo simples e com poucos recursos ,lançou a semente da arte em muitas de nós e contribuiu para o registro da grande e terna lembrança do passado infantil e circense.

Maracanã - Geni




Maracanã

O juiz apita, início de jogo. Dois times clássicos Corinthians e São Paulo.
Ninguém soube explicar como a bola, com força total, chegou à arquibancada, sumindo no bolo de torcedores. Um joga. A bola rola. Outro agarra. E de pulo em pulo volta para o campo.
Os jogadores , na torcida, esperam o desfecho. A partida então recomeça com cinco minutos de atraso. São Paulo ganhou. Viva!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Um mini conto (real e triste) - Irene Bassi




Um mini conto (real e triste)

Dois meninos, sorrindo em sua dor em uma foto mostrada pela tv, fugiram de casa diversas vezes, em busca de solidariedade e benevolência.
Encontraram um abrigo, e felizes imploraram para ficar, mas através de uma profissional em psicologia e submetidos a apreciação de um Juiz de Direito, foram mandados de volta para casa.
Foram mortos, esquartejados, queimados!
Quisera ser apenas fosse fruto de uma insana imaginação...

Dois amigos - Odete Farah




Dois amigos desde a infância encontraram-se por acaso numa rua da cidade.
Que alegria! Quantos abraços... Um deles perguntou:

- Como vão os teus amores? Que me dizes da Lucinha?

- Qual? Aquela de olhos claros?

- Sim.

- Pois então, não sabes? Casou-se...

- Oh! Infiel! E a Alice?

- Casou-se também.

- Ah, mas a Júlia, essa não creio.

- Pois casou-se...E foi a pior delas.

- Por quê?

- Porque casou-se comigo!

Acontecimento - Amelia Vidoca





Acontecimento.

A tarde parecia que esfriava, e a noite prometia mais frio.
Mas mesmo assim fui para a palestra nas Casas André Luiz. Foi ótimo, aprendi muito! O que foi dito pelo Sr. Carlos sobre família, eu me inclui totalmente naqueles acontecimentos.
Como fugir destes problemas? Impossível! Mas os ensinamentos que me foram passados me ajudaram muito. Tenho certeza de que tirei o maior proveito. Ainda bem que fui, não deixando o frio tomar conta de mim. Até voltei mais quentinha.

Amelia Vidoca

Tempos multicores - Carmen Apóstolo




Tempos Multicores
(Carmen Apóstolo)


Entre a alegria e as flores
A luz vem, logo se espalma
Como fossem cores d alma !
Os canteiros vão se abrindo
Nos campos que vão sumindo
Na perspectiva real !
O sol reflete nas águas
Emprestando a mais um dia
Seu encanto universal !
Os pássaros coloridos ,
Coloridos como as flores ,
Passam todos a trinar
A canção inebriante
Com estribilhos de amar !...
Hoje vemos nos jardins ,
Girassois , lírios , verbenas,
Rosas , cravos e açucenas ,
A festa toda no ar !
A brisa sussurra um salmo ,
As flores mesclam na cor ,
Demonstrando nos matizes
A pureza e o frescor .
E a água cristalina
Vem saltitando da mina
Pra festejar a chegada
Multicor e ensolarada
Dos campos a florescer !
Surge então, a poesia ,
A grande razão de ser :
Diante as cores , a alegria ,
Diante ao sol , o amanhecer !...

Como Viver o Amor - Carmen Apóstolo





Como Viver o Amor
( Carmen Apóstolo )

Pra viver um grande amor
Que não só dure , perdure ,
É preciso muita garra ,
Ser fiel e delicada ,
Ainda mais , tem que ser anjo
E singela como a flor ,
Com o perfume sutil
Qual o bálsamo da dor .
É preciso ter coragem
De sentir muita saudade ,
Saber que a felicidade
Cada dia é de uma cor.
Sentimento conformado
Do “ feliz enquanto dure “
Não será bom , não senhor !
Mas , um amor desprendido
Que não marca tempo ou prazo ,
Este sim , deixa o descaso ,
Tendo o mundo a seu dispor ,
Só pela imensa razão,
De ser o grande e verdadeiro amor!...

11 de setembro - Maria Thereza




11 de setembro – Maria Thereza


Ontem, um filme relembrou o horror!
A queda dos prédios. Aviões se transformaram em armas de guerra. E os homens? De um lado a morte e pior, os sentimentos: de impotência, de revolta, de pavor..., de outro os sentimentos de ódio, vingança, responsabilidade.
Morte!
Terror de ambos.
Herói ou bandidos? Cada qual aponta os seus.
Certo ou errado, só pode dizer quem vive essa realidade.
E agora? A história de outras formas se repetirá?
Que nosso Pai e Alá nos proteja!

Mini conto de Maria de Lourdes Wolff




Maria de Lourdes Wolff

As nuvens movediças abaixo da aeronave suportando além de seu peso, também os dos seus, mais ou menos, 120 passageiros.
As asas hora abertas, hora fechadas, movimentavam-se com o vento apesar do comboio frágil e da lataria a se desmontar.
Inicialmente fiquei observando e, assustada me pus regras; mas quando percebi, minha ignorância passei, juntamente, nas nuvens flutuar!
Que maravilha se pudesse nesse manjar mergulhar.

O jogo - Eduardo Zá




O jogo ou a Partida de Futebol- texto de Eduardo Zá

Jogava Coritiba e Palmeiras.
No Estádio do Pacaembu.
De repente um casal de paraquedistas acabavam de casar, havia 20 minutos.
Houve um tremendo alvoroço na arquibancada, a multidão gritava furiosa.
A polícia teve que interferir.
Foi conseqüência da paralisação do jogo. Aliás, foi uma criança que narrou o seu sonho em uma classe de aula.

O sentimento verdadeiro - Odette Farah




O Sentimento verdadeiro: Odette Farah

“ À notícia, bato palmas
E mando um recado aos dois:
Primeiro casem as almas,
Que os corpos casem depois....

Que eu tenho os olhos cansados
De ver, umas mil talvez,
Dentro de corpos casados,
As almas em plena viuvez.”

Um grande amor - Irene Bassi




Um grande amor- Irene Bassi


Existe um amor pequeno?
É impossível medir o amor.
O religioso diz:
- Eu amo Deus sobre todas as coisas.
O ateu ri desse amor!
O grande amor do adolescente passa, mas não morre deixando sempre uma deliciosa e mágica lembrança.
O amor nos jovens é intenso, com fortes paixões, porém passa chegando até o esquecimento.
O grande amor não tem medida, não tem tempo , nem proporção.
É como DNA, único em cada ser humano.

Texto da Geni



Texto de Geni - (sem título)


Marcamos nosso primeiro encontro. Como disfarçar meu nervosismo, ansiedade e insegurança? Quando o conheci estávamos numa festa, com música, muita gente, agora apenas nós dois. E se depois de tanto romantismo tudo se desmoronar, se eu chegar a conclusão que tudo não passou de uma grande ilusão? Somente pensamos negativos desfilavam em minha mente, mas, quando lembrava que ia vê-lo, me enchia de alegria.
Deveria comentar a carta? Dizer que tanta poesia superou minha expectativa, que adorei, que li, reli e decorei. Não podia expor meus sentimentos. Calar? Talvez!
O grande momento chegou. Mês de julho. Fazia muito frio.
Vestia um grande casaco azul-marinho, gola alta, cinto largo marcando a cintura e dois bolsos providenciais para esquentar as mãos geladas.
Seu sorriso e largo brilho nos olhos me bastaram para me tranqüiliza. Fomos passear no museu. Conversamos muito, rimos, meus temores foram por água abaixo. Falou dos meus cabelos e aproximando-se quis verificar a cor dos meus olhos.
- São verdes disse.
- Enxergo azuis. Nessa brincadeira pude senti-lo pertinho de mim. Mas a vontade falei:
- Gostou de meu casaco e sapatos de camurça?
Suas pernas são lindas! As horas passaram e nem percebemos.
Com certeza nesse primeiro encontro selamos, sem transa, nosso primeiro amor de adolescência.

Um grande amor - Ivonéte Miranda



Um grande amor - Ivonéte Miranda
É muito bom termos um grande amor.

Mas para vivê-lo em paz e harmonia

Temos que ter compreensão, calma,

Carinho e mais do que tudo, amor.



Não é só carinho o tempo todo.

Tem o ciúmes, as “briguinhas”, mas

Devemos relevar, porque depois vem a

Reconciliação, a paz....

Ah, é muito bom!

Vamos amar?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O Embrulho - Mel Neves





Texto de Mel Neves





No meio da rua, um pacote estranho, colorido. Adilson passava por ali todo o dia e aquilo era algo incomum.Pegaria ou não? Parou, olhou, analisou. Porque estava atraído pelo objeto? Continuou observando.
- O que está fazendo aí parado? Perguntou-lhe o vizinho José aproximando-se.
-Estou achando esse embrulho estranho.
- Pega!
- Pega o quê?Disse o colega Pedro.
- O que está acontecendo aqui? Já é o Manoel que chega perto acompanhado da esposa.
E em poucos minutos estava formada uma rodinha em torno do tal objeto.
-Pega!
- Não, deixa.
- Acho melhor pegar para ver.....
E nesse pega não pega a rodinha foi se desfazendo porque cada um tinha suas obrigações. O último a ir foi Adilson porque seu estômago estava roncando e ele lembrou que ainda tinha que comprar mistura.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Bossa Nova - Maura Fernandes





BOSSA NOVA
Autora: Maura Fernandes Ferreira

Na bossa nova vi nascer!
O samba bem traquejado,
Com Tom Jobim, e Vinícius,
E Toquinho sempre ao seu lado.
Chico Buarque, Nara Leão
Elís, João Bosco, Almir Blanco.
Tudo era muito lindo,
O samba deu grande avanço!...

Mas! Durou pouco a contenda.
Deu um brucutu medonho,
Gil e Caetano exilados
O País ficou tristonho.
Levaram nossos irmãos para fora do País!
Lá sofreram tanto, assim a história diz.
E dentro da nossa alma, reflete ainda feliz.
Porque o povo ainda canta
Deslumbrante e contente o nosso Samba Raiz.

UM GRANDE AMOR - Maura Fernandes





UM GRANDE AMOR
Autora: Maura Fernandes Ferreira

Para se viver um grande amor!
É preciso saber esquecer às mágoas
É saber perdoar com fervor
As nuanças que em nosso peito deságua.

Perdoar com precisão!
Aquele que necessita de amor,
E se for esta a questão
Ser exime colaborador...

Amar é uma seriedade!
Que a todos mexe demais...
Se não formos maleáveis
Termina em grandes ais.

Num grande amor, agente ama.
Num grande amor, agente esquece.
Num grande amor, agente sonha.
Muito chora e padece.
Mas também tem as alegrias
Que nos enche de muito amor,
Num coração fervoroso
Sempre fluindo um esplendor.
Cheio de amor profundo.
De muita força, é capaz.
Ame como amou o mundo,
O Nosso Juiz da Paz. (Jesus)

Estação das flores - Maura Fernandes




ESTAÇÃO DAS FLORES
Autora: Maura Fernandes Ferreira

É parente, irmã, é Vó.
Mas á chamam-na de prima,
Ela nunca está só
É ela que faz á rima.

Ela é toda florida,
Também é toda beleza!
Embeleza á estação querida,
Esplendor da natureza.

Quando chega esta estação!
A Natureza se deleita
Abre nosso coração
A Alameda se enfeita.

Estação de muito amor!...
A Natureza se engalana
Com tantas flores e odor,
O mundo inteiro se ufana.

Há ternura e muito encanto,
Com a estação chamada flores.
Vemos os lindos recantos...
Que ameniza nossas dores.

sábado, 6 de setembro de 2008

Amor pleno - Isabel C. S. Sousa




Amor pleno

Que o amor amplie nossos horizontes e concretize nossos sonhos.

Este é o anseio pleno de todo o ser humano que nasce com a capacidade de amar, com aquele sentimento que pré- dispõe o individuo a desejar o bem do outro.

Todavia, ao se falar de amor, vem à nossa mente aquelas paixões arrebatadoras entre dois seres que juram se amar eternamente. É o amor sem limites, eles unem seus destinos e se complementam.

Um amor assim na época de hoje é raro se encontrar.

O tempo da “cara-metade” não existe mais, porém, eu creio que o amor entre duas pessoas inteiras é bem mais saudável. É sublime desejar ficar ao lado de alguém até ao fim da vida, sempre com a mesma cumplicidade... sorrir ao olhar as rugas que sulcam seus rostos e dizerem um para o outro:

Estas são as marcas da nossa maturidade.

Na verdade o amor fragmentado faz parte da vida, mas é pequeno.

Eu acredito no Grande!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Bar Veloso - Garota de Ipanema - Luiz Brito




Já não vejo a garota que o Tom e o Vinícius tão bem descreveram e musicaram,
mas vejo a menina Djauara,
que quando passa ou chega perto de mim eu brilho como o sol,
me torno azul como noite de lua cheia e ressuscito,
me transformo no poeta que gostaria de ser por toda vida.

Primavera - Luiz Brito




Não sou verão embora tórrido.
Não sou outono, poucas vezes perco folhas.
Não sou inverno, pois tenho pouco frio.
Amanheço todos os dias estação primeira.
Embora não seja mangueira,
Floresço como plantas, nem sempre floridas.
Raio como o sol, cada hora uma cor e calor
Variado até o ocaso.
A cada olhar modifico e sou modificado
Sou cíclico como a natureza.
Sou tudo que voa, anda ou nada.
Não sou Deus, sou apenas uma parte
(boa) de sua criação que busca interagir
com a mãe, mas adoro a prima.

Primaver - Ivonéte Miranda




Primavera
Ivonéte Miranda

O dia amanheceu lindo
A primavera chegou
Com suas flores, suas cores
Em um suave perfume no ar

São das flores da primavera
Que estão enfeitando o nosso jardim
As pessoas sorrindo, passando
E os pássaros cantando

A natureza fica mais bela
Neste clima de festa
Tudo é um prazer
E dá mais vontade de viver.

Quando setembro vier... - Aparecida Bianchini




Quando setembro vier...

Foste gerada no seio de tua mãe natureza durante nove longos meses. Nessa espera, a terra guardou em seu celeiro milhares de sementes abrindo suas portas para comemorar a tua chegada.

Uma chuva passageira lavou a terra e baniu o frio dando lugar a agradável temperatura, onde o calor entremeado por pancadas de chuvas calmas proporcionavam o melhor clima do ano.

Com mãos de fada, foste enchendo os vasos de flores e as árvores de muitas folhas verdes.

Num simples olhar trouxeste bandos de passarinhos.

Para te dar as boas vindas, milhares de andorinhas migraram de outros continentes. O céu virou cenário e o espaço virou palco.

Em vôos sincronizados, artisticamente planejados, elas, as andorinhas ofereciam shows gratuitos em que os espectadores apenas se limitavam em olhar para o céu, deixando a vida rolar...

A tua permanência entre nós durou apenas três meses, pouco tempo para nos proporcionar tanta harmonia, fazendo o mundo mais belo, mais colorido, mais perfumado. Os campos e jardins mais floridos.

Estação primeira, doce e bela como a flor de laranjeira.

A você o carinho e a rima desta poetisa que te ama, e ansiosamente te espera no próximo setembro!

Flores (primavera) - Dinah




Quando você quiser relaxar ande por um parque. Não há nada mais lindo do que caminhar por entre os canteiros nessa época. As plantas mais fechadas durante o ano se modificam para receber a maior variedade de cores.

Todos se preparam para esse desabrochar, como as flores, de um dia para o outro. Sua vida será de alegria, será colorida, está cheio de ânimo, pois para todo lado que olha vê a natureza, sem pedir, encantar o caminho dos que passam. Quer ser assim também, como as flores, encantar a vida das pessoas, colorir fazendo sentir a vida? Doe-se. Dê flores!

Bossa Nova e a Garota de Ipanema! - Odete Farah




Que orgulho para o Brasil ter tido compositores como Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Vinicius encantou não apenas a música, que, aliás, apareceu depois de suas poesias maravilhosas, em que ele canta e glorifica o amor, como ninguém.

Garota de Ipanema, de tão bela, transformou-se num símbolo nacional, e foi adotada pelo mundo inteiro, cantada em idiomas diversos e aplaudida com muita devoção pela população global.

Garota de Ipanema - Geni




Seu balançado, beleza, leveza, malícia do gingado deixou o carioca fora da Oca, correu o mundo e encantou o Frank Sinatra em New York.

Tom na bossa - Ana Maria




No alvoroço do Veloso o incansável violão dava o tom. Enquanto no copo "on the rocks" os acordes de um rítimo novo faziam gingar corpos que, em desfile, passavam propositalmente para bebericar um "gin tônica".

A minha "Garota de Ipanema" - Cristina Araújo




Sentada à beira da praia, diante do por do sol, a minha “Garota de Ipanema” seria: uma criança correndo com um sorriso nos olhos, um casal apaixonado caminhando com os pés na água, uma senhora com pensamento distante e feição realizada, um idoso sentado observando o horizonte, mas todas com muita esperança e fé na vida.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

TV MUNDI e o programa CIRANDA CULTURAL na Bienal do Livro

A TV Mundi e seu programa Ciranda Cultural estiveram presentes no estande da AJEB na 20ª Bienal Internacional do Livro que aconteceu de 14 a 24 de agosto/2008 no Anhembi, em São Paulo.
A apresentadora Noemi Carvalho que também pertence à AJEB, e ao Centro de Cultura Tremembé, fez sua matéria diretamente do estande pelo qual agradecemos muito.



Parabéns aos poetas e escritores que tiveram a oportunidade de lançar suas obras na Bienal do Livro!

Os gênios da bossa - Carmen Apóstolo




Os Gênios da Bossa
(Carmen Apóstolo)

Lembrando Tom e a garota
Com a graça no gingar,
Mais Vinícius , o poeta
E João no violão ,
surgiu a lição tão certa ,
Fenomenal criação !
Samba Jazz, que coisa louca...
Romantismo pelo ar !
Sou eu que hoje vou brindar:
Viva a nova bossa
Viva a Bossa Nova
Salve Tom
Salve João,
O João Gilberto da bossa
Que transformou a canção !

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Jardins em flor (primavera) - Ana Maria




Brotado do chão brocado de cheiros.
Variadas sementes da ave migrante.
Setembros de brotos, setembros floreiros.
Pungente regaço da terra abunda,
o doce perfume da flor cintilante
qu’inund'olhos nos fartos canteiros

Renovação (texto da primavera) - Isabel C. S. Sousa




Abro os olhos brandamente... O dia desperta belo e manso... Músicas, poesia, se embaralham em minha mente.
Ouço os trinados dos passarinhos ensaiando sua orquestra matinal.
Suavidade...
Embalo meus sonhos...
As aves se agitam nas rumorosas folhas das árvores, os galhos balançam e se abraçam.
Depois o silêncio...
Olho ao redor e envolto numa pitangueira vejo um ninho de sabiá.
É vida... Esperança... Renovação!
Mais além flores se abrindo, o dia deslizará até a noite chegar e milhões de estrelas mesmo escondidas sorrirão em suas constelações, iluminando e contemplando o nosso misterioso mundo.
Este tempo primordial no hemisfério sul chega a nós com a aproximação de Setembro, assim eu sinto a juventude se aninhando timidamente em meu peito:
Começo mais um dia, sorriu e penso:
Estou viva!

Primavera - Noemi Carvalho




Em setembro de muitas eras, nasceu a dona da poesia, contemplando cada pétala da roseira em flor, cumprindo-se o destino da natureza em festa.

O assoprar das velas comemorando a chegada de tanta inspiração trouxe à memória, o êxtase das lembranças queridas, tecendo os sonhos entre as flores do jardim, de fronte para o céu límpido e frio que se resguardava do inverno que teimava em ficar e extasiado entregar o cetro à poesia da mudança da estação em tablado coroado de pétalas vermelhas pertencentes à rainha,cujos súditos eram donos do arco-iris.

Sala de espera - Ivone Arashiro




Sentada na sala esperando
Esperando do outro a solucao da vida

Sentada na sala esperando
Esperando sair dessa para entrar em outra
E na outra resolver a vida

Sentada na sala esperando
Angustiada, apressada
Perdendo a vida.

Sala de espera - Noemi Carvalho



Sala de Espera

Sarau é uma reunião festiva onde se reúnem pessoas de boa vontade, talento e com gostos artísticos diferenciados.A sala está lotada de pessoas ansiosas por se apresentarem.São tantos que querem mostrar seu talento, que é necessário fazer uma agenda na hora.Combino com cada um,o que ele vai apresentar.Tudo está em ordem.A espera mexe com todos,com nossos convidados que vieram só aplaudir e conhecer o sarau. Quem vai se apresentar prepara-se para fazer o melhor. Pronto!Inicia-se a reunião festiva.Os convidados estrapolam o horário,querendo fazer mais,não podem perder esta oportunidade.Os apresentadores fazem mágicas com o tempo e modificam suas falas à medida que cada um se apresenta.Nesta sala de espera, mesclam-se paciência,habilidade com o talento de todos, que fazem a festa em final da tarde.

Amor Universal - Maura Fernandes





Amor universal
Olha! Gente este amor.
Unifica o Amor de Deus
Que fica sempre espelhando,
O amor dos filhos Seus.

Eu abraço, tu abraças!
A verdade é união fraterna.
Com o Amor de Jesus...
Tudo se une se altera.

Grande Deus! Pai do universo.
Abençoa os filhos teus,
Nos dando força e coragem
Para não sermos Ateus.

Todos, unidos irão.
Nesta bandeira querida
Com Amor Universal,
Abrilhantar nossa vida

Sala de espera - Maria José P Souza




Em uma sala repleta de pessoas, cadeiras em círculo e um falar a princípio baixo. Horas passam, vez ou outra em nome é chamado. Os quadros e as paredes sabemos de cor.

Alguns levam livros, palavras cruzadas, jornais, revistas, pois essa espera é interminável.

Depois de horas sentada, meu nome é chamado. Vou saber como estou, resolver a minha vida.

Voltando para casa medito sobre o tempo que passei ali na sala de espera. Vejo que não foi de todo perdido. Vi pessoas, li um bom livro e o que fui buscar correspondeu ao esperado