Olá meninas!
Nosso primeiro encontro na Cortez!
Fomos recebidos com muito carinho pelo Diretor Ednilson e pela Assessora de imprensa, e queremos agradecer pela atenção.
Hoje tinhamos cerca de des pessoas na sala.
Tomamos cafezinho delicioso oferecido pela Livraria! - hummm
Falamos hoje sobre contos.
Lemos "As flores" de Leon Eliachar:
Há dois meses que Iracema recebia flores, sem cartão. Colocava tudo nas jarras, vasos, copos; mesas, janelas, banheiro e até na cozinha. Quando o marido lhe perguntava por que tantas flores, todos os dias, ela sorria:
— Deixe de brincadeira, Epitácio.Ele não percebia bem o que ela queria dizer, até que um dia:
— Epitácio, acho bom você parar de comprar tanta flor, já não tenho mais onde colocar.
Foi aí que ele compreendeu tudo:
— O quê? Você quer insinuar que não sabia que não sou eu quem manda essas flores?
Foi o diabo, ela não sabia explicar quem mandava, ele não conseguia convencê-la de que não era ele.
— Um de nós dois está mentindo — gritou, furioso.
— Então é você — rebateu ela.
No dia seguinte, de manhã, ele decidiu não sair, pra desvendar o mistério.
Assim que as flores chegassem, a pessoa que as trouxesse seria interpelada. Mas não veio ninguém:
— Já são duas horas da tarde e as flores não chegaram, Epitácio. É muita coincidência. Vai me dizer que não era você.
Ele não tinha por onde escapar. Insinuou muito de leve que a mulher devia ter conhecido alguém na sua ausência. Ela chegou a chorar e se trancou no quarto. A discussão entrou pela noite até o dia seguinte. Epitácio saiu cedo, sem mesmo tomar café. Bateu a porta com força e levou o mistério para o trabalho.
Meia hora depois, a mulher saiu e foi ao florista.
— Como vai, Dona Iracema? A senhora ontem não veio, heim? Aconteceu alguma coisa?
À noite, Epitácio viu as flores e não disse uma palavra, mas a mulher não parou:
— Seu cínico. Bastou você sair para as flores aparecerem e ainda tem coragem de dizer que não foi você.Nessa noite ele teve insônia.
Texto extraído do livro “O homem ao zero”, Editora Expressão e Cultura – Rio de Janeiro, 1968, pág. 275.
Ainda falamos sobre as características do conto:
CONTO E SUAS CARACTERÍSTICAS
Características do gênero literário
O conto é uma obra de ficção, um texto ficcional. Cria um universo de seres e acontecimentos de ficção, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo.Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O conto é conciso.
Grande flexibilidade
Por outro lado, o conto é um gênero literário que apresenta uma grande flexibilidade, podendo se aproximar da poesia e da crônica. Os historiadores afirmam que os ancestrais do conto são o mito, a lenda, a parábola, o conto de fadas e mesmo a anedota.O primeiro passo para a compreensão de um conto é fazer uma leitura corrida do texto, do começo ao fim. Através dela verificamos a extensão do conto, a quantidade de parágrafos, as linhas gerais da história, a linguagem empregada pelo autor. Enfim, pegamos o "tom" do texto.
Primeiros passos
Podemos perguntar também: Quem é o autor do texto? Seja na internet, numa enciclopédia ou mesmo nos livros didáticos, é bom fazer uma pesquisa sobre o autor do conto, conhecer um pouco sua biografia. É um autor contemporâneo ou mais antigo? É um autor brasileiro ou estrangeiro?O conto quase nunca é publicado isoladamente. Geralmente ele faz parte de uma obra maior. Por exemplo, o conto "Uma Galinha", de Clarice Lispector, faz parte do livro "Laços de Família".
Seguindo adiante
Depois dessas primeiras informações, podemos fazer uma leitura mais atenta do conto: elucidar vocábulos e expressões desconhecidas, esclarecer alusões e referências contidas no texto. Também podemos pensar no título do conto. Porque o autor escolheu este título? Este esforço de compreensão qualifica - e muito - a leitura. Torna o leitor mais sensível, mais esperto.O passo seguinte é fazer a análise do texto. No momento da análise o leitor tem contato com as estruturas da obra, com a sua composição, com a sua organização interna. Para analisar o texto, é bom observar alguns aspectos da sua composição. Algumas perguntas são muito importantes: Quem? O que? Quando? Onde? Como?Formular as perguntas e obter as respostas ajuda a conhecer o conto por dentro:
Quais são os personagens principais?
O que acontece na história?
Em que tempo e em que lugar se passa a história narrada?
E algo bem importante: Quem narra? De que jeito? O narrador conta de fora ou ele também é um dos personagens?Depois dessa análise, fica mais fácil interpretar a obra. Já temos uma base para comentar, comparar, atribuir valor, julgar. Nossa leitura está mais fundamentada. Fica mais fácil responder à pergunta: O que você achou do conto?
Este texto é de autoria de Heidi Strecker é filósofa e educadora.
Depois de apresentarmos uma pequena lista de aumentativos e antíteses sugerimos a criação de um conto cijos personagens fossem Epitácio e Iracema, num apequena história de amor, regada de aumentativos e antíteses.
O resultado foi interessante, e os textos nos fizeram rir. No decorrer da semana postaremos os contos de hoje.
Quem não esteve no encontro de hoje também poderá fazer e enviar esse conto.
Aproveitem para fazer a lição de casa: Conto caipira - com personagens caipiras. No texto vamos ainda usar muitos aumentativos. Não discuidem do vocabulário, da descrição da personagem (física e personalidade), e evitem o uso de "lugares comuns".
Meninas, vocês estão ma-ra-vi-lho-sas!
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário