terça-feira, 19 de agosto de 2008

Como aplicar verbos impessoais ?




Aprendendo a concordar verbos impessoais.

Como surgiu uma dúvida sobre aplicação dos verbos impessoais, eis aqui uma explicação do Prof. Dilson Catarino que foi publicada no site da UOL:

a) Verbos que denotam fenômenos da natureza Ex. Choveu ontem à tarde.

Geia sempre no Paraná.

Esses verbos, quanto à predicação verbal, são intransitivos, pois não possuem complemento.

Caso haja na frase um sujeito claro, mesmo sendo fenômeno da natureza, obviamente o verbo não mais será impessoal. O mesmo acontece se o verbo for usado em sentido figurado. Em ambos os casos, o verbo concordará com o sujeito.

Ex. Choveram pedras enormes durante a tempestade. (sujeito simples = pedras enormes)

"Chovia uma chuvinha fina de resignação" (sujeito simples = uma chuvinha fina de resignação)

Choveram papeizinhos sobre os soldados que desfilavam. (sujeito simples = papeizinhos)


b) Verbo fazer, indicando tempo decorrido ou fenômeno da natureza

Ex.: O Colégio Maxi existe faz quatorze anos.

Ontem fez dez anos que ele morreu.

Faz noites friíssimas nas serras gaúchas.

O verbo fazer, quanto à predicação, é transitivo direto. O elemento que parece ser sujeito, na verdade é objeto direto.

Ex.: Faz noites friíssimas. (noites friíssimas = objeto direto)

Em locução verbal, cujo verbo principal seja fazer, indicando tempo decorrido ou fenômento da natureza, o verbo auxiliar também ficará na terceira pessoa do singular.

Ex.: Deve fazer dez anos que ele morreu.


c) Verbo haver, significando existir ou acontecer ou indicando tempo decorrido.

Ex.: O Colégio Maxi existe há quatorze anos.

Há problemas gravíssimos que não conseguimos resolver.

O verbo haver, quanto à predicação, é transitivo direto. O elemento que parece ser sujeito, na verdade é objeto direto.

Ex.: Há problemas gravíssimos. (problemas gravíssimos = objeto direto)

Em locução verbal, cujo verbo principal seja haver, significando existir ou acontecer ou indicando tempo decorrido, o verbo auxiliar também ficará na terceira pessoa do singular.

Ex.: Poderá haver soluções para esses problemas?

Não se deve usar o verbo haver na indicação de tempo decorrido junto com o advérbio atrás. Ou se usa um ou outro.

Ex.: Há quinze dias eu estive em São Paulo.

Quinze dias atrás eu estive em São Paulo.

É errado dizer:

Há quinze dias atrás eu estive em São Paulo.

Com outros significados, o verbo haver deverá concordar com o sujeito.

Ex.: Eles hão de entender o caso.


d) com a expressão passar de, indicando horas
Ex.: Já passa das 10h.


e) com as expressões chegar de e bastar de no imperativo

Ex.: Basta de baderna, garotos.

Esse é o único caso de verbo no imperativo com oração sem sujeito; todos os outros têm sujeito oculto.


f) com o verbo ser, indicando horas, datas e distâncias
Esse verbo, apesar de ser impessoal, não ficará obrigatoriamente na terceira pessoa do singular.

Quando indicar horas, o verbo concordará com o numeral a que se refere:

Ex.: São duas horas da tarde.

É uma e cinqüenta e dois.

Era meio-dia quando ela chegou.

Quando indicar distância, também concordará com o numeral a que se refere:

Ex.: São mais de quinhentos quilômetros de Londrina a São Paulo.

Quando indicar datas, tanto poderá ficar no singular quanto no plural, com exceção do primeiro dia do mês; nesse caso, o verbo ficará apenas no singular:

É primeiro de novembro.

É dez de novembro. (= É dia dez de novembro)

São dez de novembro. (= São dez dias de novembro)

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