segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Quem matou o Avestruz? - Geni Pires C. Prado
Chácara de meus avós, cidade de Porto feliz bem próxima da cidade de Itu. Casa grande sem senzala, salas enormes, mesa para 24 pessoas, sofás e cadeiras de palinha, fogão a lenha. Tudo muito simples, sóbrio e confortável.
Tomava conta desse casario leão o cachorro capa preta, amigo dos amigos e inimigo dos intrusos.
Depois de seu almoço, Leão costumava tirar uma soneca, no canto da varanda. Ouviu um barulho vindo do curral, levantou-se e foi verificar. Todos os animais estavam em polvorosa, discutiam para saber quem matou o avestruz Pimenta ou Pimentinha como costumavam chama-lo. Pimentinha vivia correndo atrás das crianças e de todos os animais. Coitada da galinha Carijó! Sempre levava suas bicadas. Pedia proteção ao galo Carnizé, sem sucesso.
O marreco Peteca dizia:
-Eu não sei de nada!
O pato Pitanga vendo a aproximação do Leão disse; “ Eu vi tudo”.
Leão todo orgulhoso de seu posto disse:
- Quero saber de toda a história direito.
Tomando a palavra esclarece Pitanga. Martelo o cavalo mais fogoso, entrou no pátio porque a porteira estava aberta, mais do que depressa Pimentinha lhe dá sua investida, Martelo revida com um coice fatal jogando o avetruz longe. Morreu na hora. Toda a bicharada fala:
-Coitado do Avestruz.
Leão todo imponente diz decidido:
-Esse crime não vai ficar impune!
O gato Mingau disse:
- É muito fácil, amigo Leão. É só você dar uma boa mordida na canela do Martelo!
-Mui Amigo Mingaou- Respondeu leão- Você quer que aconteça o mesmo comigo? Essa não!
A tartaruga Dedé pediu a palavra:
- Excelência, as formiguinhas poderiam fazer esse trabalho, elas são responsáveis e eficientes!
Leão aprovou a proposta de Dedé e tudo ficou combinado.
As formiguinhas sairiam de seu formigueiro Tição, subiriam em silencio pelas patas de Martelo e, quando todas dominassem o animal, Zaz! Começavam as picadas ao mesmo tempo.
A bicharada assistia atenta a todos os movimentos.
Martelo estremeceu, correu de um lado para outro, levantou as patas dianteiras, relinchou desesperado e caiu no chão.
A galinha Carijó pergunta ao galo:
- Ele morreu?
- Não, não, as picadas das formiguinhas não matam. Ele está sofrendo o que merece. Esse crime não ficou impune.
Em fila indiana, as formiguinhas desceram pelas patas de Martelo e dirigiram-se ao formigueiro Tição sob aplausos e alegria dos bichinhos que queriam justiça.
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