segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Mataram o Avestruz – Gilda P. Souza





Naquele povoado nada fazia sentido, pois todos viviam a mercê de um bandido.Avestruz era o nome do indivíduo. Não sei por quê! Também não tinha pena alguma!
Exalava a maldade e com raiva e ganância levava todos no bico.
Caso alguém o contrariava, logo desaparecia. Quando interrogado sobre o caso cinicamente respondia; “ Nada sei. Nada vi!”. E assim impune prosseguia.
Usurpando, roubando, impunha aos habitantes impostos com os mais altos juros.
O desemprego, a fome, a mortandade e o analfabetismo geravam ainda mais viol~encia.
Pra essa cidade, Sodoma e Gomorra perdia. Isso até aparecer no vilarejo um cabra arretado que chegava montado em um jegue.
Seu nome, Quizantão. Uma mistura de Quixote, Malazarte e Lampião. Ciente dos desarranjos do indigesto resolveu pregar-lhe uma peça. Fez um buraco bem fundo, no qual espalhou objetos brilhantes. Atraído pelos berros: - Estou rico! O larápio chegou num minuto. Traído pelo falso brilho, se atirou com tudo. Urros! Silencio profundo....
O povo de pá em punho, num só fôlego:
- Enterrem o avestruz!

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