quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sala de espera - Carmen Apóstolo




Estou descrevendo a rua,
A grande sala de espera
Agora não, volte depois
Foi adiada a mensagem
Não é hora de esperar
Nem é hora de partir,
É hora de aqui ficar,
Mas, só depois...
Amigos, tudo adiado
De julho para outubro
De outubro para dezembro,
Mas, amanhã vou voltar
Para aqui ficar sentada
E aprender a esperar
E até o quadro da parede
Eu vou poder desenhar
Na parede a barba branca,
O bigode e a carranca,
A foto familiar
Sem sorrisos e severo...
Aprendi a me expressar,
Mas, eu prefiro é a rua
Toda cheia de esperança
Como o homem deve ser,
Bem livre e esperançado,
De todo reivindicado
Social e acontecido
Procissão, comício
Sem desastre, sem espera
É a minha rua perfeita
Em que sempre brinquei nela
É a rua da passarela,
Da sala de espera
Com todos a desfilar.

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